Primeira reunião ministerial de energias limpas termina com o comprometimento de desenvolver 11 iniciativas para estimular a evolução de tecnologias sustentáveis e impulsionar a economia de baixo carbono
Delegações de 24 países se encontram nesta semana em Washington para a primeira reunião ministerial com o objetivo de discutir o desenvolvimento de tecnologias de geração de energia limpa e de eficiência que ajudem a reduzir o consumo de eletricidade e as emissões de gases do efeito estufa.
As nações se comprometeram em 11 iniciativas que vão desde a captura e armazenagem de carbono (CCS) a redes elétricas inteligentes (smart grids). A promessa é estimular o crescimento de uma economia de baixo carbono com geração de empregos ao redor do mundo.
As iniciativas serão realizadas em parceiras concretas entre os países, com o intercâmbio de tecnologia e financiamento. É esperado que em conjunto elas tornem dispensável a construção de mais de 500 termoelétricas de médio porte nos próximos 20 anos.
“A reunião ministerial de energias limpas aproximou líderes para que juntos adotem ações inéditas para a implantação de tecnologias verdes. Essas ações irão promover o crescimento econômico, criar empregos e cortar as emissões. O que vimos aqui é que trabalhando juntos alcançaremos mais sucesso do que sozinhos”, afirmou o anfitrião do evento, o Secretário de Energia dos EUA, Steven Chu.
Delegações da Comissão Européia, Canadá, China, Brasil, Japão, Rússia, África do Sul entre outros países participaram do encontro. Juntas, essas nações representam mais de 80% do consumo mundial de energia.
Iniciativas
O Brasil teve seu histórico de desenvolvimento de bioenergias reconhecido e recebeu a liderança do grupo de trabalho desse setor e irá coordenar ações em conjunto com a Itália e a Suécia.
O grupo irá criar um Atlas Global de Bioenergia (que reunirá informações sobre a produção e o mercado), incentivará oportunidades sustentáveis em comunidades pobres e estabelecerá centros de excelência em pesquisa.
Outra iniciativa será liderada pela Austrália e irá trabalhar no desenvolvimento de tecnologias de CCS. Esse grupo divulgará recomendações na próxima reunião de ministros em 2011 de como acelerar a adoção do CCS pelos governos e iniciativa privada.
Por sua vez, Índia, Itália e Estados Unidos se uniram para incentivar projetos de energias alternativas em comunidades pobres em países em desenvolvimento.
Segundo o Departamento de Energia dos EUA essa iniciativa irá levar eletricidade para 10 milhões de pessoas nos próximos cinco anos. O programa já teve início, com a liberação pela Itália de US$ 10 milhões em financiamentos.
“O que estamos realizando são ações concretas, passos concretos. Isto não é um posicionamento filosófico. Nós realmente vamos partir para a ação”, declarou Chu.
(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 21/07/2010)