Mais de 60 pinguins vindos do sul da Argentina foram resgatados nos últimos dias no litoral do leste do Uruguai, onde foram localizados com problemas de saúde por causa da contaminação das águas da região, informaram hoje à Agência Efe fontes da ONG que os atendeu.
Os pinguins, resgatados no litoral de Rocha e Maldonado, apresentavam sintomas de desidratação e hipotermia devido ao dano causado por manchas de petróleo, disse o porta-voz da sociedade para a conservação da biodiversidade de Maldonado (Socobioma), Daniel Donate.
As manchas de petróleo são geradas durante as tarefas de limpeza dos tanques e das salas de máquinas dos navios em alto-mar e afetam as aves quando estas cruzam a região em seu processo migratório do sul da Argentina em direção ao Brasil.
As aves, da espécie Magalhães, cruzam as águas todos os invernos austrais, mas há vários anos muitas delas são contaminadas pela poluição e morrem no litoral uruguaio.
"Chegam muito frágeis e mortas de frio porque as manchas de petróleo em suas penas fazem com que percam a gordura que as protege das baixas temperaturas da água", explicou Donate.
Há oito anos, o Socobioma recupera entre 50 e 70 pinguins nesta época de ano, só um terço dos animais afetados pela poluição nas águas uruguaias, segundo denuncia a ONG.
As aves resgatadas passam entre 20 e 30 dias nas instalações até serem reabilitadas e libertadas outra vez no oceano para que continuem a viagem em direção às águas brasileiras, mais quentes do que as argentinas.
(UOL, 21/07/2010)