Os problemas enfrentados pelos moradores e plantadores de arroz de Linha Paredão, no interior de Vale do Sol, nos períodos de chuvas, começam a ser amenizados com as obras na região nos últimos dias. A elevação do nível do Rio Pardo causou a inundação de toda a área. Por isso, a Prefeitura buscou auxílio na Secretaria de Obras do Estado para reconstruir o dique de contenção das cheias e também, numa segunda etapa, desassorear o leito.
Após diversas tratativas com o secretário adjunto das Obras Públicas do Estado, Osmar Severo, o prefeito de Vale do Sol, Clécio Halmenschlager, conseguiu a liberação de uma escavadeira hidráulica para fazer a reconstrução do dique. “Há duas semanas a máquina do Estado, juntamente com a parceria dos arrozeiros da localidade, finalizou o trabalho no dique e já contamos com a promessa do secretário adjunto, de que vai conseguir nos enviar outra máquina para desassorear o leito do rio. Caso contrário, o trabalho realizado agora pode ser perdido, ou pior, vai escoar melhor a enxurrada, mas também represar e provocar alagamentos no Arroio Plumbs, na divisa de Vale do Sol com Vera Cruz”, explica o prefeito.
Linha Paredão fica na divisa com a localidade de Rebentona (Candelária) e tem o Rio Pardo como divisa entre os dois municípios. Numa reunião no dia 10 de julho, na chácara de Alceu Flôres, em Faxinal de Dentro, ao final da primeira semana de trabalho, Severo frisou que há algum tempo ele tem se dedicado preferencialmente a projetos de desassoreamentos. “Gostaria, inclusive, que a comissão executiva do projeto João de Barro, prefeitos e técnicos ambientais dos municípios viessem visitar as obras de recuperação das margens do Rio Mampituba, que a Prefeitura de Mampituba e a Secretaria de Obras Públicas vêm realizando naquele município do Litoral Norte”, convidou Severo.
JOÃO DE BARRO
A ação realizada do lado de Vale do Sol é uma extensão do projeto candelariense João de Barro. O trabalho também já havia sido desenvolvido na margem de Candelária como parte da proposta emergencial para conter as inundações do Rio Pardo, que vêm provocando cada vez mais perdas aos moradores da região. Os municípios de Vale do Sol, Candelária, Vera Cruz e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), de Santa Cruz do Sul, iniciaram em fevereiro deste ano as tratativas para o desenvolvimento de um projeto integrado para o desassoreamento do Rio Pardo.
O técnico ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, Assistência Social e Meio Ambiente, Ubirajara de Almeida, explica que na reunião de fevereiro, na divisa dos municípios de Vale do Sol e Candelária, em Rebentona, foi levantada a situação nas margens do Rio Pardo. “E a partir disso se buscou soluções mais imediatas para preservar as margens, que já sofreram uma grande erosão”, salienta. Para ele, assim como para a engenheira ambiental do projeto João de Barro, Lidiane Radtke, os maiores prejuízos constatados no Rio Pardo são o déficit da mata ciliar, o assoreamento do leito do rio e o desbarrancamento das margens.
(Gazeta do Sul, 21/07/2010)