A Associação Ecológica de Catadores de Materiais Recicláveis de Santa Cruz do Sul deve assumir, em 30 dias, a usina de triagem de lixo da Prefeitura, localizada no Bairro Dona Carlota. A autorização foi concedida segunda-feira pela Câmara de Vereadores.
Administrada pela Conesul há duas décadas, a estrutura foi implantada no governo do ex-prefeito Armando Wink. Agora, passará às mãos da associação. A entidade, que tem cerca de 50 associados, fará a separação, a classificação dos resíduos inorgânicos recicláveis e a venda dos produtos, sendo a renda revertida para os trabalhadores.
Além de ceder a estrutura por um ano, com possibilidade de renovação do acordo, a Prefeitura ainda irá repassar R$ 25,5 mil por mês à associação. O valor é o mesmo pago à Conesul para a triagem. A empresa continuará com o recolhimento do lixo nas ruas da cidade, efetuando o transporte até a usina. Depois da separação pelos catadores, as sobras serão conduzidas aos aterros sanitários, como já vem ocorrendo.
A votação foi acompanhada por integrantes da associação. Segundo um dos coordenadores, Fagner Antônio Jandrey, a previsão é de que 30 pessoas trabalhem na usina. Com isso, entende que será possível ampliar a retirada de material reciclável, que hoje chega apenas a 8%. Ele acredita que 54% do lixo recolhido na cidade pode ser reciclado. “Muita coisa se perde. Acredito que a associação vai ter um retorno positivo.” Segundo ele, a Conesul mantém oito pessoas no trabalho de triagem.
Fagner destacou que a associação está discutindo, com a Prefeitura, a implantação da coleta seletiva. Ela deve começar como forma de experiência em oito bairros. Quando esse processo estiver funcionando, disse que será possível aumentar o número de associados envolvidos na triagem.
(Gazeta do Sul, 21/07/2010)