A petroleira britânica BP anunciou nesta terça-feira a venda de bens no Canadá, Egito e nos Estados Unidos para financiar parte dos custos gerados pelo vazamento de petróleo no golfo do México.
A empresa anunciou ter chegado a um acordo de venda de ativos no valor de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 12,5 bilhões) com a petroleira americana Apache Corp.
Os lucros com as transações serão direcionados a um fundo criado para pagar os custos com a limpeza do Golfo e com as indenizações devido ao vazamento de óleo.
Segundo o presidente da empresa, Carl-Henric Svanberg, o acordo com a Apache foi a primeira venda de ativos concretizada com o intuito de custear os desastre ambiental.
Até agora, a BP já gastou cerca de US$ 4 bilhões nos esforços para conter o vazamento, limpar a região e também no pagamento de indenizações.
Entre os ativos vendidos estão campos de petróleo e usinas de gás nos Estados americanos do Texas e do Novo México, no valor de US$ 3,1 bilhões, e negócios no Canadá que valem US$ 3,25 bilhões.
O acordo ainda inclui a venda de ativos no Egito avaliados em US$ 650 milhões.
Além disso, informações dão conta de que a empresa pretende vender bens no Paquistão e no Vietnã, além da participação majoritária na Argentine Pan American, que opera na Argentina, Chile e Bolívia. A empresa é avaliada em US$ 9 bilhões.
TESTE
Também nesta terça-feira, o funcionário do governo dos Estados Unidos que comanda as operações de resposta ao vazamento de petróleo no golfo do México, almirante Thad Allen, disse que a BP pode ampliar por mais 24 horas o teste realizado atualmente para conter o vazamento.
Apesar de cinco pequenos vazamentos ao redor do poço, Allen disse que "até agora não foi encontrado nada que possa prejudicar a integridade do poço".
Ele disse que a BP estuda junto com cientistas do governo a possibilidade de lançar lama e cimento no vazamento, por meio de outro poço construído ao seu lado, para interromper o fluxo.
Allen disse que o governo atualmente vem monitorando uma tempestade tropical que está se formando em Porto Rico e que poderia atrapalhar os trabalhos de limpeza.
O vazamento começou em 20 de abril, quando a plataforma de petróleo Deepwater Horizon, operada pela BP, explodiu e afundou, matando 11 funcionários.
Desde então, a petroleira britânica tentou várias estratégias para conter o vazamento, localizado a uma profundidade de cerca de 1,5 mil metros, mas nenhuma conseguiu solucionar o problema, considerado o pior desastre ambiental da história americana.
(Folha Online, 21/07/2010)