O desmatamento e as mudanças de uso do solo em Mato Grosso nos próximos 40 anos poderão lançar na atmosfera algo entre 2,8 e 15,9 bilhões de toneladas de CO2 equivalente - medida que congrega todos os gases do efeito-estufa, relacionados ao aquecimento global. O Brasil inteiro emite por ano, comparativamente, 2,2 bilhões de toneladas.
O resultado é apresentado em um estudo publicado na revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA. Cientistas da Brown University, do Marine Biological Laboratory e da Universidade de São Paulo desenvolveram um modelo para estimar as emissões cumulativas da ocupação e do uso do solo na fronteira agrícola de Mato Grosso, no período 2006-2050. Os extremos equivalem ao cenário mais otimista (2,8) e mais pessimista (15,9).
A principal variável é o desmatamento - a destruição de florestas e savanas naturais -, que emite enormes quantidades de gás carbônico. Mas o modelo incorpora também, de forma pioneira, as emissões posteriores ao desmate, decorrentes do uso do solo por diferentes atividades. Por exemplo, pecuária versus agricultura ou soja versus arroz.
"Há várias maneiras de se usar a terra e cada uma tem padrões de emissão diferentes", explica Carlos Eduardo Cerri, da Esalq-USP. O trabalho conclui que, no longo prazo, entre 24% e 49% das emissões de Mato Grosso seriam provenientes do uso posterior do solo e não do desmatamento direto - ressaltando a importância das boas práticas de manejo na agropecuária, além do combate ao desmatamento.
Primata raro é encontrado na Ásia
Considerado extinto há mais de 60 anos, um primata do gênero Loris foi encontrado em uma floresta no Sri Lanka e fotografado por cientistas da Sociedade de Zoologia Society de Londres e do Sri Lanka.
EUROPA
OCDE apoia corte maior de emissões
O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría, disse ontem que apoia a proposta de França, Alemanha e Grã-Bretanha de adotarem um corte de 30% até 2020 nas emissões de carbono. A proposta da União Europeia é de reduzir emissões em 20%.
(Por Herton Escobar, Afra Balazina e Andrea Vialli, O Estado de S.Paulo, 20/07/2010)