O Parque São Francisco de Assis de Flores da Cunha não vai mais contar apenas com a proteção do santo que lhe empresta o nome. O cercamento da área verde de 8,8 hectares no bairro Vindima e pavimentação do passeio público estão sendo feitos com R$ 200 de emenda parlamentar do deputado federal Pepe Vargas (PT) e R$ R$ 35 mil do Fundo Municipal do Meio Ambiente. Resta ainda contabilizar o valor das desapropriações de moradores instalados dentro do parque, caso do aposentado Avelino Cansan, 63 anos, que reside desde 1985 na área.
— Se querem que eu saia daqui, precisam me arranjar um lugar para morar — exige Cansan.
Enquanto a situação não se resolve, sua propriedade ficará dentro da cerca do Parque São Francisco. O mesmo pode ocorrer com um outro morador, construções desabitadas e um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) que estão no parque.
— Estamos negociando uma alternativa para que eles possam se transferir. Um projeto habitacional ou uma área mais próxima de onde eles estão — explica o Secretário do Planejamento, Paulo Ribeiro.
O galpão do CTG será desapropriado, mas poderá ser mantido para abrigar a sede do parque. De acordo com Ribeiro, a estrutura funcionaria para o projeto de promover educação ambiental no espaço.
A Escola Municipal 1º de Maio é outra construção que invade o terreno do parque, mas que deve permanecer onde está. Por pertencer ao município, ela foi incluída na área verde, segundo Ribeiro. E, apesar da proximidade, os alunos nunca fizeram visita alguma ao parque para conhecer as belezas naturais.
— Mas quando tiver um trabalho dirigido para o meio ambiente e com monitoramento para os alunos, vamos ir — promete a diretora, Ana Paula Zamboni Weber.
(Por Babiana Mugnol, O Pioneiro, 20/07/2010)