A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, criticou nesta segunda-feira (19) a legislação aprovada no Congresso Nacional para a plantação de transgênicos no país. Segundo a candidata, o modelo brasileiro favorece apenas o plantio de alimentos geneticamente modificados, preterindo os agricultores que não desejam utilizar o método.
Para Marina, o Brasil precisa de um modelo de “coexistência” que assegure o direito de todos os agricultores e aproveite a tecnologia já existente no país. “Na Argentina, México, Índia e EUA as lavouras já estão contaminadas. Só o Brasil poderia ter as duas coisas e ganhar duas vezes. A ideia de que os dois modelos seriam contra os transgênicos fez com que se aprovasse uma legislação permissiva, que faz com que o Brasil fique parecido com os outros países, quando nós poderíamos ter duas opções”, disse a candidata.
A declaração foi dada em entrevista a Rádio Grande Rio FM Petrolina (PE), onde Marina prometeu continuar as obras de transposição do Rio São Francisco, dando ênfase para a revitalização das nascentes do rio. Ela defendeu as licenças ambientais liberadas para o início das obras durante sua gestão no Ministério do Meio Ambiente e afirmou que a obra não apresenta perigo de desertificação do rio.
Marina Silva afirmou ainda que para ser presidente da República não é preciso tolerar a corrupção. Para ela, é necessário aperfeiçoar os mecanismos de fiscalização e garantir o trabalho de instituições como Tribunal de Contas e Ministério Público. A candidata do PV rejeitou a pecha de que o Partido dos Trabalhadores (PT) é corrupto, como repetem os partidos de oposição do governo Lula. Para Marina, “apenas uma meia dúzia se envolveu no escândalo do ‘mensalão’ e estão sendo julgados pela Justiça”.
Após a entrevista, Marina se prepara para viagem aos Estados Unidos, onde será apresentada para vários investidores estrangeiros e inaugurará uma “Casa de Marina” no bairro do Brooklin (NY) nesta terça e quarta-feira.
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(IG, 19/07/2010)