Um total de 90% dos casos da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) está associado ao tabagismo. A enfermidade, que está em terceiro lugar no ranking das causas de morte no mundo, diminui a capacidade de respiração do indivíduo e apresenta tanto características da bronquite crônica quanto as do enfisema pulmonar.
O exame de espirometria, que mede a velocidade e a quantidade do ar respirado, deve ser realizado a partir dos 40 anos, principalmente em fumantes. A doença é silenciosa, não apresenta sintomas no início, mas se desenvolve de maneira progressiva. “A DPOC pode ser diagnosticada precocemente por meio do exame e se tratada adequadamente pode melhorar a qualidade de vida do paciente”, afirma Luiz Francisco Ribeiro Médici, pneumologista e coordenador técnico do Centro de Reabilitação Pulmonar do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
O conceito de reabilitação pulmonar é recente no Brasil. No Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos o serviço existe há cerca de cinco anos e é realizado por médicos e fisioterapeutas, com o apoio de nutricionistas e psicólogos. Exercícios aeróbicos, treinamento de força muscular, técnicas para conservação de energia e até orientação aos pacientes e familiares são realizados nas sessões de reabilitação. O tratamento contínuo com a reabilitação diminui as visitas em ambulatórios médicos e a necessidade de internações constantes.
Segundo a fisioterapeuta do centro de reabilitação pulmonar, Raquel Arantes Cunha, o trabalho abrange exercícios específicos não apenas da parte pulmonar, mas também para a área muscular e cardíaca. “O pulmão, o coração e os músculos são as três principais engrenagens para o bom funcionamento do corpo humano. Como o sistema pulmonar dos portadores de DPOC é debilitado é importante que essas outras áreas estejam em ótimas condições para compensar essa deficiência”, explica.
Sobre a DPOC
A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença crônica dos pulmões que diminui a capacidade para respiração. A doença provoca inflamação dos brônquios com produção exagerada de muco e destruição da parede de alvéolos (unidade respiratória) gerando a sensação de falta de ar. A doença pode ser considerada leve, moderada ou grave de acordo com a intensidade dos sintomas. Em todos os casos o paciente pode apresentar tosse, produção de catarro, falta de ar e chiados no peito. Evitar o fumo é uma forma de prevenção da doença. O primeiro passo para o tratamento é parar de fumar e na sequência seguir a orientação do especialista.
(Diário de Petrópolis, 19/07/2010)