Em carta intitulada "A trapaça ambiental", o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) respondeu nesta quinta-feira, 15 de julho, ao artigo do coordenador do ISA, Márcio Santilli, divulgado em 1º de julho. O deputado define a teoria do aquecimento global como incompatível com o conhecimento contemporâneo.
O texto de Márcio Santilli define como reacionárias e predatórias as propostas de mudanças no Código Florestal apresentadas por Rebelo no relatório aprovado pela comissão especial de deputados majoritariamente ligados à bancada ruralista.
Em seu artigo, Santilli considera "muito grave que Aldo Rebelo se perfile, ideologicamente, aos chamados ‘céticos climáticos’, para colocar sob suspeita a ciência do clima".
No texto encaminhado ao ISA, Rebelo afirma: "O cientificismo positivista que você opõe à minha devoção ao materialismo dialético como uma ciência da natureza não terá o condão de me converter à doutrina de fé que é a teoria do aquecimento global, ela sim incompatível com o conhecimento contemporâneo."
Santilli já adiantava em sua análise que a proposta de Rebelo "é premeditadamente contrária ao patrimônio florestal, não responde a qualquer política florestal, não consulta a população da floresta, nem o setor produtivo da floresta, nem os que estudam a floresta, e sequer reconhece o inegável papel que a saúde florestal exerce para a saúde climática e para o bem-estar das populações". E acrescentava: "É um tapa na cara dos inúmeros pesquisadores brasileiros que integram o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) – Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas – da ONU, e de todos os nossos negociadores nos foros internacionais."
Em sua resposta, Rebelo, que foi aplaudido pelos deputados da bancada ruralista depois da aprovação de seu relatório no dia 6 de julho, confirma sua aversão às organizações socioambientalistas: "Ao contrário do que pensam os que mudaram muito mais do que mudou o mundo, o chamado movimento ambientalista internacional nada mais é, em sua essência geopolítica, que uma cabeça de ponte do imperialismo." Leia aqui a carta do deputado Aldo Rebelo.
(ISA, 17/07/2010)