A produção de tabaco no Brasil e na Argentina é, ao mesmo tempo, parecida e diferente. De acordo com gráficos apresentados ontem pelo economista argentino Rogelio Frigerio a pedido da IGTA, no país de Maradona há 25,5 mil famílias de fumicultores, que produziram 106,4 mil toneladas em 2008. O plantio ocorre em províncias situadas na região norte, especialmente em Misiones. Já no Brasil, o número de pessoas envolvidas no processo é bem maior. Segundo dados exibidos ontem pelo presidente da Afubra, Benício Werner, só nos três estados do Sul há 186 mil famílias produtoras.
A apresentação dos gráficos não buscou fazer comparativos entre os países, mas mostrar a importância do setor fumageiro na sobrevivência de agricultores em ambos os casos. Entretanto, notou-se também o que Brasil e Argentina têm em comum no quesito. Assim como no Brasil, na Argentina a produção do fumo ocorre em pequenas propriedades. Segundo Frigerio, cada fumicultor não tem mais de quatro hectares. “Essas pessoas, e a própria economia dessas províncias, depende desse cultivo”, comentou.
Contratos
Em uma conversa à parte, Alexandre Strohschoen, da Alliance One, comentou ontem que o repasse de contratos para a Philip Morris vem ocorrendo dentro do cronograma – cujos detalhes são mantidos em sigilo pelas empresas envolvidas no acordo. Conforme já anunciado formalmente, a Alliance e a Universal Leaf Tabacos estão repassando contratos com agricultores para a cigarreira, que, dessa forma, dá início à compra direta de fumo. Cada fumageira está entregando 8,5 mil contratos. Strohschoen disse apenas que o cronograma está relacionado com o período de safra de cada região, e que começou por Araranguá (SC), abrangendo o Oeste de Santa Catarina e Paraná. O diretor financeiro da Alliance comenta que os fumicultores e a comunidade podem ficar tranquilos. “Não há motivos para preocupação. Ao contrário. O investimento de uma empresa forte, como a Philip Morris, é salutar para todo o setor fumageiro.”
(Gazeta do Sul, 15/07/2010)