A área marinha brasileira corresponde a mais da metade do território terrestre e, somada à zona costeira, é chamada de Amazônia azul - são 8.500 km de costa e 4,5 milhões de km2 quando contabilizada a plataforma continental. "Contudo, apenas 1,5% dessa área está protegida por unidades de conservação, o que é muito pouco se considerada a meta de 10% de conservação definida pela Convenção sobre Diversidade Biológica até 2010", afirmou Roberto Gallucci, da Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros do Ministério do Meio Ambiente no encerramento do Seminário Ano Internacional da Biodiversidade: os desafios para o Brasil, organizado pela Câmara dos Deputados.
Para modificar este cenário, o MMA afirma que é necessário valorizar e implementar as unidades de conservação existentes, criar novas UCs, monitorar os ecossistemas frágeis, incentivar, apoiar a geração do conhecimento acerca da biodiversidade marinha e também criar uma Política Nacional de Conservação dos Oceanos.
Novas UCs marinhas em 2010 - Hoje são 102 unidades de conservação marinhas no Brasil, sendo as duas últimas criadas em junho deste ano, ambas no estado do Espírito Santo: Área de Proteção Ambiental da Costa das Algas e Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz. Estudos apontam a área como de maior biodiversidade de invertebrados marinhos do mundo, onde se alimentam populações de baleias (jubarte, franca, cachalote) e golfinhos. Na parte terrestre, merecem destaque os remanescentes de manguezais e restinga em bom estado de conservação.
Situados na região costeira dos municípios de Serra, Fundão e Aracruz, o RVS de Santa Cruz (17.741 de hectares) e a APA da Costa das Algas (114.931 de hectares) tem extrema importância biológica de acordo com o mapa das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade Brasileira e atenderão a demandas sociais da região, que possui atividades de pescarias de subsistência e de pequena escala praticadas pelas comunidades pesqueiras litorâneas.
(MMA, 15/07/2010)