O procurador da República Renato de Rezende Gomes moveu uma ação, pedindo a interdição por 30 dias da usina hidrelétrica da Foz do Chapecó, no Rio Uruguai.
Com a conclusão das obras da barragem, uma área de 84 Km² será inundada, atingindo 13 municípios dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A ação do procurador atende a uma preocupação dos movimentos sociais, que temem os impactos ambientais que poderão ocorrer, caso a usina entre em operação no próximo mês de agosto.
Segundo o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Rudinei Cenci, a presença da hidrelétrica comprometerá a pesca, o que prejudicará 200 famílias. Ele cita outros problemas.
“Mais de 50 famílias foram despejadas. Hoje, estão morando de favor em casa de parentes, escolas e ginásios de esportes dos municípios que foram atingidos. Estão aguardando ainda um retorno por parte do Consórcio Foz do Chapecó e das entidades envolvidas, como o IBAMA e o Ministério de Minas e Energia.”
Rudinei lembra que o MAB apresentou um projeto de recuperação e desenvolvimento das comunidades e municípios atingidos pela hidrelétrica. Foram pensadas ações que podem garantir melhorias das condições de vida para os ribeirinhos e comunidades do entorno.
“Vão desde a reestruturação das comunidades atingidas e das moradias de proprietários que vivem à beira do futuro reservatório; melhoramentos no solo; e programas integrados de incentivo à produção do leite, hortaliça e pomares.”
Com um custo superior a R$ 2 bilhões, as obras da barragem foram concluídas sete anos depois do previsto.
(Radioagência NP, Os Verdes de Tapes, 15/07/2010)