O governo britânico lançou hoje um novo mapa interativo do Google Earth, mostrando quais seriam os principais impactos humanos de um aumento de 4ºC na temperatura média global.
O mapa foi elaborado a partir de projeções de modelos climáticos do Centro Hadley da Agência Nacional de Meteorologia do Reino Unido, um dos mais respeitados centros de pesquisas sobre clima do mundo.
Utilizando uma variação de cores entre vermelho, para identificar os locais onde a elevação de temperatura deve ser mais, e amarelo, para menos severa, ele mostra que esse aumento não deve ocorrer de maneira homogênea ao redor do mundo, com níveis extremos no Ártico (um potencial de aumento de aproximadamente 10 ºC) e aumentos menores previstos para o Norte da Europa (entre 2 ºC e 3 ºC). Além disso, ele apresenta os principais impactos sobre agricultura, disponibilidade de água, elevação do nível do mar e vida marinha ao redor do mundo, assim como os locais onde estão previstos aumento da incidência de eventos como ciclones tropicais e secas severas.
A página do Google Earth traz também vídeos com cientistas britânicos especializados em questões climáticas, entre os quais Richard Betts, do Centro Hadley, que detalha os impactos das mudanças climáticas sobre a Floresta Amazonica. Betts e outros cientistas do Centro Hadley vêm trabalhando há anos em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no refinamento de dados sobre os possiveis impactos das mudanças sobre a Amazônia e no desenvolvimento de modelos climáticos regionais.
O mapa interativo ainda inclui vídeos e informações sobre projetos climáticos desenvolvidos ao redor do mundo com o apoio do Ministério das Relações Exteriores Britânico (FCO, na sigla em inglês) e do British Council.
Segundo Vicky Pope, da Agência Nacional de Meteorologia do Reino Unido, caso as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa continuem a crescer, as temperaturas médias globais podem aumentar em até 4ºC até o final do século e, possivelmente, até 2060. “Este novo mapa do Google Earth ilustra alguns dos impactos em potencial que tal crescimento provocaria. Ele usa os mais recentes avanços científicos para destacar as consequências de não reduzir as emissões.”
Para Ed Parsons, do Google, este é um grande exemplo dos benefícios do uso das mais novas tecnologias virtuais para visualizar informações científicas e promover melhor compreensão do potencial humano no que diz respeito aos impactos das mudanças climáticas. “Permitir que cientistas conversem sobre suas pesquisas para o público geral é uma maneira que permite que estes tenham total entendimento de como o processo de investigação científica funciona.”
O produto foi lançado hoje de manhã pelo ministro-adjunto britânico das Relações Exteriores, Henry Bellingham, pelo ministro-adjunto de Mudanças Climáticas, Greg Barker, e pelo diretor científico do governo, professor John Beddington.
O ministro-adjunto das Relações Exteriores, Henry Bellingham, afirmou: “A ameaça das mudanças climáticas ainda é um assunto latente e este governo compromete-se em fazer o possível para agir. Estamos comprometidos a ser o governo mais verde que já existiu. Como o ministro das Relações Exteriores recentemente afirmou em seu primeiro grande discurso sobre política externa, ele está empenhado em enfrentar as mudanças climáticas e, com esperança, comunicar a grandes audiências, em âmbito global, a respeito do porquê do governo britânico ser um ativista, que defende a transição de uma economia de baixa emissão de carbono.”
Gregg Barker, ministro-adjunto de Energia e Mudanças Climáticas, disse: “Este mapa reforça nossa determinação de agir contra os perigos das mudanças climáticas causadas pelo homem. Sabemos que nossas apostas são grandes e, por isso, queremos ajudar a assegurar um acordo climático global ambicioso”.
O governo britânico está comprometido em manter as temperaturas globais a níveis mais baixos possíveis para evitar taxas perigosas de mudanças climáticas, trabalhando também para assegurar um ambicioso acordo global que alcance estes objetivos.
(Envolverde/Embaixada do Reino Unido no Brasil, 15/07/2010)