No Piauí, a cultura do eucalipto vem se expandindo por toda região do Cerrado. O objetivo do crescente plantio é a produção de celulose e papel, além de promover o reflorestamento de áreas desmatadas. Algumas correntes de pensamento defendem que o eucalipto pode manter as propriedades do solo, dependendo das formas de manejo. Esse tema será um dos muitos a serem abordados durante a XVIII Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água, promovida pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) a ser realizada em Teresina-PI, nos dias 8 a 13 de agosto, no Rio Poty Hotel, com realização da Universidade Federal do Piauí-UFPI e Embrapa Meio Norte.
A XVIII Reunião Brasileira está com toda a programação pronta e promete ser um grande evento, tendo em vista que especialistas reconhecidos do Brasil e do exterior estarão presentes abordando os principais temas da atualidade em quatro grandes conferências, 11 palestras, 14 sessões técnicas e nos ciclos de debates. Mais de 550 trabalhos científicos já foram enviados e espera-se a participação de mais de 800 congressistas. Uma das palestras terá como enfoque "A cultura do Eucalipto, seus potenciais e riscos para a conservação dos solos do Meio-Norte Brasileiro" e será proferida por dois pesquisadores: o Prof. Dr. Julio Cesar Lima Neves (UFV) e o Prof. Dr. Gualter Guenther Costa da Silva (UFRN).
O coordenador geral da XVIII Reunião Brasileira, Eng. Agrônomo com doutorado pela USP e professor da UFPI, Dr. Ademir Sérgio de Araújo, informou que realizou estudos com eucalipto no município de Regeneração, no Sul do Piauí; segundo ele, a conclusão é que foi observada uma melhoria nas propriedades biológicas do solo após dois anos da implantação da cultura naquela área. "Houve aumento na matéria orgânica do solo e melhoria das condições dos microrganismos do solo. Este estudo está publicado neste ano na revista americana "Land Degradation & Development", acrescentou.
O Brasil é considerado um dos líderes em melhoramento genético florestal, sendo referência mundial nas espécies de Pinus e Eucalipto. Esta última é apropriada para a extração industrial pelo menor tempo de maturação - em torno de seis anos- em comparação com espécies nativas brasileiras. Sabe-se que do eucalipto tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se óleos essenciais empregados em produtos de limpeza e alimentícios, em perfumes e até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para ripas, vigas, postes, estruturas diversas, mobiliário geral, assoalhos, etc., além de sua fibra, utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose.
(45 graus, 13/07/2010)