Robôs submarinos da BP conseguiram montar peças de metal pesado firmes para conter o vazamento de petróleo no Golfo do México, no que pode ser o progresso mais significativo da empresa, embora o anúncio ainda seja visto com desconfiança pelos moradores do local.
A empresa de petróleo disse estar à frente do cronograma estabelecido desde que entrou no dia 83º dia do desastre ambiental e econômico. Em toda a região do Golfo, entretanto, repetidas falhas na tentativa de corrigir o problema criaram ceticismo entre pescadores e políticos.
Em documento apresentado nesta segunda-feira, a BP informou que a instalação de uma tampa seladora procedeu como planejado. O próximo passo foi a instalação de uma pilha de nivelamento que conta com três bombas de água.
Ainda não ficou claro, a partir de informações de vídeos submarinos e comentários no documento, se o processo de baixar a nova tampa teve início nesta segunda-feira.
Em um documento enviado hoje à Securities and Exchange Commission (SEC), a BP informou que o custo da resposta até a data atual subiu para cerca de US$ 3,5 bilhões. Isso inclui o custo da resposta ao vazamento, a contenção, perfuração de poços de escape, as indenizações para os Estados do Golfo, sinistros pagos e custos federais.
Aproximadamente 210 mil quilômetros quadrados de águas federais do Golfo estão barradas para a pesca desde o início do desastre em 20 de abril - cerca de 44% da área total.
O vice-presidente sênior da BP, Kent Wells, declarou no domingo estar satisfeito com o progresso, mas se apressou a acrescentar que a operação ainda tinha duração prevista para até seis dias.
Questionado em uma conferência com a imprensa se a nova tampa e os esforços adicionais acabariam com o vazamento no Golfo, Wells disse somente que a BP vai retirar todo o petróleo "em algum momento".
A nova tampa ajudará a conter o vazamento até a chegada do cargueiro Helix Producer, uma embarcação com capacidade de recolher cerca de um milhão de litros de petróleo por dia. O Helix teve tubos flexíveis ligados ao poço de petróleo na sexta-feira, e as tripulações vêm executando testes desde então.
O plano é ter quatro navios recolhendo o petróleo que vazou com uma capacidade combinada de 2,5 milhões a 3,4 milhões de litros por dia - o suficiente para capturar todo o conteúdo do vazamento, de acordo com estimativas do governo americano. Se todas as embarcações tiverem sucesso, a tarefa levará de duas a três semanas.
(Valor Econômico, 12/07/2010)