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material reciclável gestão de resíduos
2010-07-12 | Tatianaf

Ao empregar mão-de-obra com experiência em indústrias como a calçadista e estabelecer projeto de qualificação da infraestrutura, com apoio da Braskem e do Instituto Vonpar, galpão em Sapiranga espera garantir renda de R$ 2 mil aos trabalhadores

Simone Ferreira Prestes, 23 anos, trocou de indústria há quase dois anos. Seu novo trabalho tem alto potencial de crescimento, e o salário deve aumentar com uma expansão prevista para ser concluída ainda em 2010. Membro da Coopernova, Simone trabalha na Cetrisa, unidade de triagem de lixo em Sapiranga, na região do Vale do Sinos, e sorri ao afirmar que gosta do que faz. Seu salário hoje é maior do que o recebido antigamente, na indústria calçadista. Pessoas como ela são parte de uma mão-de-obra que impulsiona a reciclagem.

– O perfil dos trabalhadores tem se revelado um dos principais fatores que determinam o aumento da produtividade – reforça Léo Voigt, diretor do Instituto Vonpar, que mantém ações em unidades de triagem no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Os olhos de Gilberto Pinto Pena, 39 anos, brilham ao falar do novo galpão que deve ser construído na Cetrisa. Presidente da Coopernova, Pena ambiciona alcançar os R$ 2 mil mensais para cada trabalhador com o beneficiamento do plástico jogado fora.

A coordenadora de reciclagem Regina Oliveira, 35 anos, participou de oficinas de aprimoramento e implantou mudanças que fazem com que separar o lixo tenha um processo semelhante a uma linha de montagem, com ações divididas para cada trabalhador. Hoje, o lixo da coleta em Sapiranga não chega ao galpão totalmente separado em orgânico e seco, mas tudo que pode ser vendido é capturado na esteira. Já o que é orgânico passa por um processo de compostagem e é transformado em adubo.

Os dados da MaxiQuim, consultoria especializada na indústria petroquímica e do plástico, garantem que, no ano passado, o faturamento das empresas que compram e reciclam o plástico separado por atravessadores, usinas e galpões ficou em torno de R$ 90 milhões somente no Rio Grande do Sul. A empresa estima ainda que 60 mil toneladas do resíduo selecionado chegaram às indústrias do setor no Estado para serem recicladas.

Ainda assim, a Associação de Reciclagem Amigas Solidárias (Arlas) de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, tem uma renda que se aproxima das unidades de triagem ligadas ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) da capital gaúcha. A média por trabalhador fica em torno de R$ 500 e R$ 750, bem abaixo da Cetrisa, em Sapiranga, onde os colaboradores recebem cerca de R$ 1,2 mil mensais.

Para engrossar a renda no setor, Mauri Cruz, coordenador do projeto Recicla Brasil Sul, da ONG Centro de Educação Popular (Camp), acredita que é preciso equilibrar pelo menos sete aspectos básicos. Dentre os mais importantes, estão políticas públicas de recolhimento de lixo, logística produtiva nos galpões e valor agregado ao material produzido.

– Para a maioria dos galpões, ainda é preciso evoluir em alguma dessas questões – reforça Cruz.

Planos para um futuro com mais qualidade

Mirando o futuro, os galpões de reciclagem reúnem forças para apresentar um produto melhor diretamente à indústria. Hoje, muitos vendem o plástico sujo e prensado para atravessadores que os revendem.

Com maquinário especializado, a Cetrisa poderá aprimorar o processo e mais do que dobrar o preço recebido por quilo de PET. Em Canoas, a aquisição de um aglutinador, máquina que processa o plástico, deve aumentar a renda e o número de vagas em quatro galpões da cidade.

Maria Cristina Silva da Luz, 33 anos, trabalha há 10 anos, em Canoas, separando lixo e, nos últimos tempos, é encarregada de dar valor ao que é dividido pelas colegas. Retirar rótulos e tampas plásticas tornou-se um processo comum na Arlas depois que os compradores do material passaram a exigir a especificação. Em troca, a unidade recebe mais por quilo de produto vendido.

No Vale do Sinos, a unidade de Dois Irmãos iniciou o processo conhecido como beneficiamento, que inclui, por exemplo, a lavagem do material. E deve ir além. Até o final do ano, o material separado sairá do galpão já na forma de tábuas de madeira plástica.

João Ruy Dornelles Freire, gerente de Relações Institucionais da Braskem, empresa responsável pelos investimentos em Canoas, Sapiranga e Dois Irmãos, garante que o objetivo é maior do que apenas fechar o ciclo de produção.

– O que era lixo vira matéria-prima e fonte de renda e volta a ser um bem para a sociedade.

SAPIRANGA
> 40 pessoas associadas trabalhando
> Dois galpões de separação localizados numa área de 8 hectares pertencente ao município
> Recebe da prefeitura entre 920 toneladas e mil toneladas de lixo em um mês. Deste total, entre 18 e 20% é de material reciclado
> Movimentam de R$ 55 mil a 65 mil em um mês vendendo para até 17 clientes diferentes
> 40% do dinheiro arrecadado paga custos de manutenção da cooperativa. O excedente é dividido entre os associados
CANOAS
> São 36 trabalhadores no galpão
> Uma área de 600 metros quadrados pertencente à prefeitura
> É responsável por parte da coleta seletiva de lixo da cidade, junto com outros galpões. Ao mês, reciclam em torno de 100 toneladas de lixo
> 95% dos trabalhadores são mulheres que recebem de acordo com a sua produção
> Movimentam em torno de R$ 25 mil mensais
> 30% do arrecadado paga os custos de manutenção do galpão

(Zero Hora, 12/07/2010)


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