O governo uruguaio pretende finalizar um pacto com a Argentina sobre o controle ambiental do Rio Uruguai -- após o conflito relacionado a uma fábrica de pasta de celulose na fronteira bilateral -- na próxima reunião do Mercosul, em agosto.
"Estamos muito próximos de um acordo", disseram fontes do governo à imprensa local nesta sexta-feira, citando o encontro do bloco econômico que se realizará na cidade argentina de San Juan, nos dias 3 e 4 do próximo mês.
Uma convergência entre Buenos Aires e Montevidéu implicaria que ambos governos se aliariam para executar o monitoramento da bacia do Rio Uruguai, nas duas margens, com base em critérios científicos e com a participação de especialistas em meio ambiente do mundo acadêmico, relataram as fontes.
Além disso, o Uruguai pretende que o Brasil se some ao controle do rio -- pois suas nascentes estão localizadas no país --, o que já foi comentado pelo presidente José Mujica.
O chanceler uruguaio, Luis Almagro, declarou à imprensa local que o acordo sobre o controle da região dependeria de "aspectos técnicos e jurídicos vinculados à sentença" da Corte Internacional de Justiça, em Haia, que determinou o monitoramento conjunto.
Em sua decisão inapelável divulgada em abril, o tribunal deliberou sobre uma demanda encaminhada pela Argentina contra a instalação da fábrica de pasta de celulose UPM (ex-Botnia), construída na margem uruguaia do rio. A corte decidiu que a indústria não poluía a região, como alegado pelo país vizinho, mas admitiu o desrespeito ao Tratado do Rio Uruguai com a autorização unilateral para a edificação da empresa.
O ministro das Relações Exteriores argentino, Héctor Timerman, entregou a Almagro em 29 de junho, em Montevidéu, uma proposta de controle ambiental, que foi respondida pelo homólogo uruguaio na segunda-feira, em Buenos Aires. O conteúdo do texto não foi divulgado. (ANSA)
(Ansa, 09/07/2010)