A subida do preço da pasta é o primeiro em mais de um ano e sinaliza os "crescentes desequilíbrios" deste mercado na China, diz o BPI no seu Iberian Daily de hoje.
A segunda maior produtora de pasta do papel do mundo disse que está a enfrentar crescente resistência dos compradores chineses e anunciou que vai cortar os preços de três tipos de pasta do papel que exporta para o país. A pasta de eucalipto, também produzida pelas cotadas portuguesas, passa a custar entre 780 e 790 dólares por tonelada
O BPI diz que esta notícia tem um impacto “negativo” para a Altri, Portucel e Semapa, já que além de sinalizar um arrefecimento do mercado chinês, resulta da recuperação da produção no Chile, que tem sido gradual desde que um terramoto no país interrompeu a produção.
Segundo o banco de investimento, a Altri é a única das três cotadas com “exposição directa ao mercado chinês”, onde realizou um acordo de fornecimento de cerca de 60 mil toneladas de pasta do papel, ou seja, 7% da sua capacidade instalada.
O banco recorda que China representa 24% das compras de pasta do papel mundiais, pelo que as condições de mercado na China podem “estender-se mais rapidamente para outras regiões”,Alem disso , os que os inventários de pasta do papel cresceram em Maio, o que pode estar relacionado com as condições do mercado chinês.
O BPI Equity Research antecipa uma descida dos preços da pasta do papel para o nível a que estavam antes do terramoto do Chile (800 dólares por tonelada), já que as unidades de produção do país estão a regressar à produção gradualmente. As receitas com pasta de eucalipto representam 9% das receitas da Portucel e o 86% da avaliação da Semapa resulta da avaliação da sua participada. Já na Altri, a pasta de eucalipto equivale e 93% do preço-alvo dos analistas para a cotada.
O BPI tem uma recomendação de “comprar” para as três cotadas, com um preço-alvo de 4,80 euros para a Altri, 3,30 euros para a Portucel e 11,70 euros para a Semapa.
(Jornal de Negócios, 09/07/2010)