Um verdadeiro retrato da realidade nos oceanos foi demonstrado ontem pelo ambientalista Jean-Michel Cousteau na Fiergs, em Porto Alegre. Ele participou do Programa Estágio Empreendedor, do Instituto Euvaldo Lodi, realizado com apoio do Sesi/RS. Filho do explorador francês Jacques Cousteau, Jean-Michel apresentou aos cerca de 700 participantes atividades que ele e equipe realizaram na ONG Ocean Futures Society, desde 1999.
Desde os 7 anos, participa de estudos voltados à vida marinha. O ambientalista assinalou a necessidade de haver mais debates sobre as constantes mudanças climáticas. Para ele, a situação é grave e nem toda a população tem conhecimento do tema. "Como proteger o que não entendemos?", questionou.
Defensor da vida marítima, o ambientalista ressaltou o diálogo como a melhor arma de recuperação do planeta. Para ele, a principal expectativa é em relação às novas gerações. "Elas já nascem com a preocupação de que é preciso preservar e recuperar", disse. Na sua opinião, o sistema aquático deve ser visto como um só. "As águas dos rios também são oceânicas. Um saco plástico jogado em um arroio chegará no mar em algum momento", exemplificou Jean-Michel. "Se a água estiver suja é sinônimo de doença e morte."
"Se todo mundo parar para pensar sobre o que pode fazer por sua casa, sua comunidade e seu planeta e repassar informações importantes e básicas, todos vão ganhar", orientou. Jean-Michel abordou ainda os danos causados ao meio ambiente pela indústria pesqueira. "Devemos pensar nisso como uma empresa faz com seus negócios. Estamos caminhando para uma melhor gestão do capital e do planeta", disse.
(Correio do Povo, 09/07/2010)