Os hortigranjeiros estão na mira dos órgãos de vigilância em saúde do Estado, especialmente porque o relatório referente ao Programa de Monitoramento do Rio Grande do Sul, elaborado com as secretarias estaduais da Saúde e da Agricultura e o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), apontou a contaminação de um número elevado de produtos comercializados na Ceasa, na Capital. A coleta e avaliação de 1.183 amostras de alimentos ocorreu entre 1999-2008 e chamou atenção o uso excessivo de agrotóxicos e a presença de bactérias, parasitas e coliformes.
O presidente da Ceasa, Ailton dos Santos Machado, disse que a Ceasa já tomou providências para resolver o problema, como a implementação de cursos de qualificação e orientação aos produtores para práticas agrícolas. Pela amostragem, o vilão é o tempero verde, que liderou a contaminação por coliformes: 26% das amostras. Brócolis e couve-flor apresentaram os menores índices de presença de coliformes.
Quanto à presença de parasitas, 74% das amostras de rúcula, radite e espinafre tiveram contaminação. A dica aos cozinheiros é para que lavem bem os produtos antes de prepará-los. A chefe do Setor de Alimentos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Suzete Lobo Saar de Almeida, salientou a importância do trabalho para garantir que não haja risco aos consumidores. Com as informações, acredita que será possível executar ações para melhorar a qualidade dos hortigranjeiros. Suzete chama a atenção para os altos índices de produtos com uso de agrotóxico acima do normal e não autorizados para aquele tipo de cultura. A presença de coliformes fecais pode indicar que os produtores trabalham com água de baixa qualidade. Inseticidas organofosforados foram verificados na cebola (44,4%), na abóbora (22,6%) e no morango (16,8%).
Os produtores das culturas que apresentaram grande índice de contaminação responderão a processo administrativo sanitário e também foram multados.
(Correio do Povo, 08/07/2010)