Uma corte em Tóquio condenou nesta quarta (7) o ativista neozelandês Peter Bethune por agressão e obstrução de navios caçadores de baleia no oceano Austral.
Bethune também foi considerado culpado por três outros delitos: invasão de propriedade privada, vandalismo e posse de faca. Quando o julgamento começou em maio, ele declarou-se culpado de todas as acusações, exceto agressão.
A corte japonesa o sentenciou a dois anos de prisão com uma sentença suspensa por cinco anos (isto é, ele não será preso se não cometer mais os mesmos crimes durante esses cinco anos).
Segundo a corte, Bethune foi condenado por agressão por ter lançado garrafas de margarina vencida nos tripulantes do baleeiro Shonan Maru, causando ferimentos em alguns deles.
O ativista de 45 anos subiu no navio a partir de um jet ski em fevereiro para confrontar o capitão sobre o afundamento de um barco de ativistas no mês anterior. Ele cortou uma rede de proteção com uma faca para entrar no navio.
Bethune, um ex-membro do grupo conservacionista americano Sea Shepherd, foi preso no navio. O grupo protesta há anos contra a pesca de baleias conduzida por japoneses no oceano Austral.
Segundo o Sea Shepherd, o argumento dado pelos japoneses de que a caça é para fins de pesquisa, uma exceção prevista na moratória internacional estabelecida em 1986, é apenas uma desculpa para a caça comercial dos grandes mamíferos.
O Sea Shepherd disse que excluiu Bethune porque ele violou a política do grupo de não usar armas.
Japão, Noruega e Islândia caçam baleias usando furos na moratória aprovada pela Comissão Internacional da Baleia. O programa japonês de caça a baleias envolve grandes expedições ao oceano Antártico, enquanto a maioria dos outros países que promovem a caça restringem-se a suas próprias regiões costeiras.
(Folha Online, 07/07/2010)