Atividades de enriquecimento de urânio, porém, não serão interrompidas, diz governo
As sanções recentemente impostas sobre o Irã "podem retardar" o programa nuclear do país, incluindo seu trabalho de enriquecer urânio, mas não interromperão essa iniciativa, afirmou nesta quarta-feira, 7, o chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi.
"Ninguém pode falar que as sanções são ineficazes", afirmou Salehi, segundo a agência ISNA. As declarações de Salehi são a primeira admissão de um funcionário iraniano do impacto da quarta rodada de sanções imposta ao Irã em 9 de junho pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Encarregado de supervisionar o programa nuclear iraniano, Salehi concedeu entrevista coletiva em Bushehr, no sul do país. "Se sanções fossem voltadas para evitar as atividades nucleares do Irã (...) nós dizemos que elas podem retardar o trabalho, mas não interromperão as atividades. Isso é uma certeza."
Salehi é também um dos vários vices do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Segundo ele, as sanções não afetarão as plantas nucleares como as atualmente construídas em Bushehr, mas podem impactar o programa de enriquecimento de urânio pela dificuldade de adquirir certos equipamentos. Salehi, porém, afirmou estar confiante de que o país possa obter esses equipamentos localmente.
Desde a imposição de sanções nas Nações Unidas, EUA e União Europeia decidiram punir o país com outras sanções, unilaterais. As potências lideradas por Washington temem que o Irã busque secretamente produzir armas nucleares, mas Teerã afirma ter apenas fins pacíficos. As informações são da Dow Jones.
(O Estado de São Paulo, 07/07/2010)