A governadora Yeda Crusius assinou, nesta terça-feira (6), convênio entre o Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Ciência e Tecnologia, com o apoio da Superintendência do Porto do Rio Grande, e a Universidade Federal do Rio Grande, para o desenvolvimento do projeto Bioconversão dos Sedimentos de Dragagem do Porto do Rio Grande em Energia Elétrica. Para tanto, será investido R$ 1 milhão, sendo que o Governo do Estado aplicará R$ 300 mil, o Porto do Rio Grande, R$ 60 mil, e a Furg, R$ 640 mil.
O projeto, desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Controle de Poluição da Escola de Química e Alimentos (EQA) da Universidade, vai gerar energia a partir da lama retirada dos canais de acesso ao porto rio-grandino, de forma pioneira no Estado.
O Governo do Estado está buscando, através dessas iniciativas, a modernização do Estado e investimentos em inovação tecnológica, com prioridade aos projetos ambientais que melhorem a qualidade de vida dos gaúchos e que garantam o desenvolvimento econômico das diferentes regiões.
Geração de 580 MW/h ou R$ 6,2 bilhões
O processo inicia com a captação do material dragado nos canais de acesso ao porto, onde, posteriormente, será descarregado em um píer adaptado e armazenado. A idéia pioneira, em usar o material de dragagem para gerar energia elétrica, deve-se ao sedimento marinho conter grandes quantidades de ferro e enxofre. Além da produção de energia elétrica, o resultado do processo irá gerar areia limpa, que poderá ser utilizada na construção civil.
Os volumes estimados das dragagens de manutenção do porto rio-grandino, por um prazo de cinco anos, pode chegar a 6,5 milhões de metros cúbicos de sedimento. O projeto etabelece dois cenários: no menos otimista, pode-se gerar com 0,1% de material orgânico que pode gerar 14 MW/h de energia elétrica, que corresponderia ao valor de R$ 77 milhões, o que cobriria os custos de dragagem. Já no cenário mais otimista poderia gerar-se 580 MW/h de energia elétrica, a partir de 4% de matéria orgânica, o que equivale a uma usina termoelétrica, obtendo R$ 6,2 bilhões.
(Governo do RS, 7/07/2010)