Vinte e duas famílias de agricultores sem terra assentados em Capão do Leão, na região Sul do Rio Grande do Sul, correm o risco de serem despejadas da área onde vivem há 18 anos.
Oficiais de Justiça notificam, desde o último sábado, os agricultores que têm 30 dias para deixar a área. O prazo conta a partir desta segunda-feira.
A área em que o Assentamento da Palma foi instalado pelo governo federal está hoje envolvida em um imbróglio judicial.
O advogado José Antônio Cattaneo entrou com ação na Justiça, argumentando que a área, que foi cedida à UFPEL (Universidade Federal de Pelotas), teve sua finalidade desviada ao ser destinada para a instalação do assentamento.
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região deu ganho de causa ao advogado e determinou a desocupação do imóvel, onde está o assentamento.
O MST vem realizando reuniões com as famílias da região para debater o assunto. Nesta terça-feira (06), foi realizado um encontro na cidade de Piratini. Mais uma vez a Justiça prejudica as famílias sem terra. Ao invés de cobrar do governo federal a reforma agrária e a assentamento de famílias que ainda vivem acampadas na beira das estradas, a Justiça opta por retirar agricultores que vivem, plantam e criam seus filhos há 18 anos em um assentamento.
Discussão
Nesta quarta-feira, às 10h, acontece uma reunião entre os assentados, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), UFPEL, Justiça Federal e entidades sindicais para debater a situação do Assentamento da Palma.
Caso nenhum encaminhado efetivo seja tomado, o MST e as famílias assentadas irão se mobilizar na região Sul durante a semana.
(MST, 07/07/2010)