Em contrapartida, organizações vão retirar pedido judicial para que as queimas sejam proibidas
A British Petroleum (BP) e a Guarda Costeira dos Estados Unidos concordaram em permitir que ambientalistas resgatem tartarugas marinhas encurraladas pelas manchas de óleo e evitem, assim, que elas sejam queimadas vivas. Em contrapartida, organizações que entraram com ação judicial na semana passada no tribunal federal de Nova Orleans para proibir totalmente a queima concordaram em retirar o pedido de liminar. A BP e a guarda costeira americana tem usado a queima como um método de neutralizar a mancha de óleo, que ao se expandir ameaça outras centenas de espécies.
Os ambientalistas alegavam que era "quase certo" que as tartarugas estavam presas nas caixas que a BP utiliza para recolher o óleo e depois queimá-lo. A BP, através do representante Mark Proebler, afirmou que, apesar de não poder dar a certeza de que nenhum animal foi queimado, tentou evitar tais acidentes com a fiscalização de tripulantes de suas embarcações. "Todo nosso esforço é tomado para evitar isso [queima de tartarugas]", garantiu Proebler.
Não se sabe quantas tartarugas foram mortas nas centenas de queimas já realizadas, ainda que o administrador da guarda costeira Thad Allen tenha dito que não há evidências da morte de tartarugas por tais ações. No entanto, pesquisadores afirmam que carcaças de peixes e outros animais afundam rapidamente. "Finalmente posso dormir novamente, sabendo que tartarugas marinhas não estão sendo queimadas vivas" disse Carole Allen, diretora do Projeto de Conservação das Tartarugas do Golfo.
Em uma petição que circula pela internet, mais de 150 mil pessoas pedem que a BP pare de queimar o óleo que vazou. Já foram realizadas pelo menos 257 queimas em uma área de 800 quilômetros quadrados, o que fez com que fossem removidos 37 milhões de litros de óleo da superfície.
(O Estado de São Paulo, 06/07/2010)