Força Aérea dos EUA quer reforçar o acompanhamento dos detritos na órbita terrestre
Um novo satélite da Força Aérea americana será o primeiro sistema de vigilância em tempo real, baseado no espaço, de centenas de outros satélites e milhares de fragmentos que poderiam colidir com equipamentos valiosos em órbita da Terra.
Se tudo correr de acordo com o planejado, o satélite de Vigilância Espacial, com lançamento previsto para 8 de julho a partir da base militar de Vandenberg, terá uma visão privilegiada e contínua do tráfego cada vez mais pesado na órbita terrestre.
Atualmente, a força Aérea americana se vale de uma rede de radares e telescópios baseados no solo para acompanhar cerca de mil satélites ativos e 20.000 fragmentos. Os telescópios só podem ser usados em noites claras, e nem todas as bases de radar têm a potência necessária para detectar perigos em órbitas elevadas.
De sua órbita a cerca de 600 km de altitude, o novo satélite terá uma visão clara do espaço, sem sofrer os efeitos da luz do dia ou do clima. "ele realmente tem poderes tremendos", disse Tom Citron, diretor de sistemas avançados de espaço e inteligência da Boeing, principal empresa contratada para cuidar do satélite, conhecido pela sigla em inglês SBSS.
Milhões de fragmentos espaciais orbitam a Terra, de pequenas pastilhas de líquido congelado a estágios de foguetes e satélites desativados, disse Brian Wedden, consultor técnico da Secure World Foundation, um grupo que estuda o uso do espaço.
A Força Aérea dos EUA monitora objetos com pelo menos 10 centímetros de diâmetro, que são grandes o bastante para destruir um satélite operacional ou danificar a Estação Espacial Internacional (ISS). Quase todos são artificiais. Objetos naturais capturados pela gravidade terrestre costumam ser menores que isso.
Os militares compartilham parte dessa informação com grupos civis e comerciais, para que possam desviar seus satélites de possíveis rotas de colisão. A polícia espacial apresentada pelo presidente Barack Obama fez do controle do lixo espacial uma prioridade, e assume um compromisso de cooperação internacional na área.
(O Estado de São Paulo, 06/07/2010)