Os fumantes que querem abandonar o vício poderão ganhar em até cinco anos um novo tipo de tratamento. Cientistas americanos descobriram que, ao combinar informações genéticas dessas pessoas com os seus hábitos, fica mais fácil prever qual a melhor terapia a ser utilizada em cada paciente.
A pesquisa foi publicada na edição de julho do periódico Molecular Medicine. Segundo os autores do estudo, Jed Rose, do Centro Médico da Universidade de Duke, e George Uhl, do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (Nida, da sigla em inglês), em três ou cinco anos esse teste prático estará disponível.
O método consiste em determinar qual o adesivo de nicotina mais indicado para ser usado no tratamento. A partir de uma amostra simples de sangue, os cientistas detectam o nível de dependência dos pacientes. Com isso, determinam a dose exata de nicotina que os adesivos devem conter.
De acordo com Rose, isso poderá ser usado por médicos para orientar a escolha do tratamento e os adesivos apropriados para cada fumante.
A pesquisa
Foram avaliadas 479 pessoas que fumavam pelo menos 10 cigarros por dia e que tinham a intenção de parar. Os pacientes foram classificados como de dependência alta ou baixa. Isso determinou se eles iriam usar adesivos com elevadas doses de nicotina ou então os adesivos padrão, com taxas mais baixas.
Após seis meses de observação, Rose e Uhl notaram que as pessoas com alta dependência e uma genética desfavorável para largar o cigarro tiveram mais benefícios quando tratadas com adesivos com altas doses de nicotina. Já as pessoas com baixa dependência se saíram melhor com o adesivo padrão.
- O mapa genético foi usado para prever o sucesso da abstinência de nicotina. No futuro, esse mapa poderá ser usado para decidirmos o tratamento antes de ele começar. Atualmente não existe um modelo, um guia médico, que nos diz qual o tratamento que vai funcionar melhor. É isso o que estamos tentando fazer.
(R7, 05/07/2010)