EUA anuncia empréstimo para a concretização de dois projetos solares que devem gerar cinco mil empregos, enquanto a Europa começa a divulgar como conseguirá cumprir a meta de ter 20% de sua energia gerada por renováveis até 2020
O presidente norte-americano Barack Obama concedeu a liberação para que o Departamento de Energia aprove nesta semana empréstimos no valor total de US$ 1,85 bilhão para dois projetos solares como parte do pacote de estimulo econômico do governo.
“Nosso objetivo é acelerar a transição para uma economia de energia limpa, dobrando nossas capacidades eólicas e solares. Esse tipo de iniciativa tem o potencial de gerar centenas de milhares de novos postos de trabalho”, afirmou Obama.
A maior parte dos recursos, US$ 1,45 bilhão, irá para a empresa espanhola Abengoa Solar, que deve construir a fazenda solar de Solana no Arizona. Quando finalizado, o projeto irá produzir energia suficiente para manter 70 mil lares e criará 1,5 mil empregos. Esta será a primeira fazenda solar nos Estados Unidos capaz de gerar e armazenar eletricidade 24 horas por dia através de uma tecnologia de absorção do calor concentrado do sol utilizando nitratos de sódio e potássio.
Outros US$ 400 milhões em garantias de empréstimos serão destinados à Abound Solar Manufacturing, para o desenvolvimento de duas novas fábricas de painéis solares. Serão criados dois mil empregos temporários na construção das instalações e mais 1,5 mil vagas permanentes quando as fábricas estiverem prontas.
Obama afirmou que estes recursos são a mais recente ação de uma longa linha de investimentos sob o Ato de Recuperação dos EUA. “Já presenciamos os benefícios dessa iniciativa. Vi fábricas abandonadas reabrirem as portas para se transformarem em produtoras de painéis solares ou turbinas eólicas, gerando empregos e promovendo o desenvolvimento das energias limpas”, disse o presidente norte-americano.
Europa
Também na União Européia (UE) as energias limpas estão em destaque. As propostas detalhadas dos países europeus para gerar 20% de sua energia de fontes renováveis até 2020 começaram a aparecer nesta semana.
Sob a diretiva de energias renováveis da UE, os países tinham até o final de junho para apresentar seus planos nacionais de incentivo às fontes limpas.
A grande maioria das nações ainda está devendo seus planos, mas a Comissão Européia já publicou os da Dinamarca, Holanda, Suécia e Reino Unido e a agência de notícias Reuters conseguiu ter acesso aos rascunhos da Alemanha, Irlanda, Itália, Espanha, Bulgária e Polônia, que devem ser formalmente apresentados em breve.
Segundo a Reuters, a Alemanha deve aumentar sua capacidade eólica em 30% na próxima década, a Irlanda 130%, a Espanha 74% e a Itália promete espantosos 230%.
As instalações solares devem triplicar na Espanha e quintuplicar na Itália, enquanto países como Polônia e Bulgária planejam expandir sua geração a partir de biomassa.
“Estamos convencidos de que os estados membros reconhecem a importância das políticas ambiciosas de energias renováveis para manter a União Européia como líder mundial no setor. Acreditamos que será possível alcançar os 20% até 2020 e que isso trará benefícios para todo o continente”, concluiu Lucie Tesniere, conselheira política do Conselho de Energias Renováveis Europeu.
(Carbono Brasil, 05/07/2010)