No lugar de grandes barragens, seis pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) fornecem energia para 20 mil famílias no interior do Rio Grande do Sul. A iniciativa da Creluz, cooperativa com sede em Pinhal (RS), chamou a atenção da ONG britânica Ashden Awards, que desde 2001 incentiva a geração de energia limpa e renovável na América Latina, na África, na Ásia e no Reino Unido. Ao ficar colocado entre os seis finalistas da premiação, o projeto recebeu 20 mil libras esterlinas, que devem ser revertidos em obras ou programas sociais.
A principal vantagem das pequenas centrais sobre as hidrelétricas de grande porte, também fonte de energia renovável, é o fato de gerarem menos impacto em seus arredores. Por aproveitarem melhor o curso do rio, as PCHs não exigem inundação de áreas – a água acumulada nunca ultrapassa os limites do leito.
No caso das estruturas da Creluz, um moderno sistema de comportas permite que a água do reservatório seja escoada sempre que atinge um nível limite. Metade dos três metros de altura das barragens é fixo, e o restante pode se mover para liberar a água e impedir a inundação. Assim, evita-se mudanças radicais na vegetação do entorno e o deslocamento de moradores das áreas inundadas.
A cooperativa ainda oferece preços diferenciados para a energia que fornece às famílias. Os que têm melhor condição financeira pagam mais pelo kW/h, e as pessoas com menos posses têm um preço subsidiado, com até 64% de desconto. Em alguns casos, a energia é fornecida até de forma gratuita.
(Zero Hora, 05/07/2010)