Este domingo (4) marca uma triste lembrança para o meio ambiente no Rio Grande do Sul. Há exatamente cinco anos, o IBAMA concedia a Licença de Operação para a Usina Hidrelétrica de Barra Grande, localizada no rio Pelotas, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A liberação foi a culminação do que os ambientalistas consideram ter sido uma das maiores destruição dos dois estados em termos de biodiversidade. E para a data não ser esquecida será realizado nesta segunda-feira (5), a partir das 19h, no plenarinho da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, o debate “Barra Grande: a maior destruição de Mata do RS e SC”.
O pesquisador da ONG Ingá Estudos Ambientais e professor da UFRGS, Paulo Brack, destaca que a obtenção da licença “foi um dos casos mais trágicos e polêmicos que envolveu hidrelétricas nas últimas décadas no sul do Brasil”. Segundo ele, o empreendimento causou a destruição de seis mil hectares de florestas, numa das áreas com os mais contínuos e exuberantes remanescentes florestais de mata. No total, calcula-se que foram alagadas ou cortadas mais de 150 mil araucárias, algumas centenárias, e outras cinco milhões de árvores nativas foram igualmente destruídas. Isso acarretou a extinção de inúmeras espécies da fauna e flora dos dois estados.
O debate, promovido pelo Ingá, Instituto Biofilia e apoio da Associação Permanente em Defesa das Entidades do RS (Apedema/RS), está dividido em três partes:
contexto; a posição do Estado frente ao Impacto das Hidrelétricas na Bacia do Rio Uruguai; e o testemunho popular. Os organizadores do evento esperam, a partir dessa mobilização, sensibilizar a sociedade para evitar que outras obras desse porte, e com total desrespeito da legislação, seja implementadas.
(EcoAgência, 03/07/2010)