Os casos de dengue tiveram aumento de 16,5% nos seis primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. De 1º de janeiro a 1º de julho de 2010 foram registrados 39.552 casos da doença, enquanto no primeiro semestre de 2009 foram 33.024. Os dados revelam que nos seis primeiros meses deste ano foram notificados mais casos que em todos os primeiros semestres dos outros anos.
Dos casos notificados até o dia 1º de julho, 821 são considerados graves, com 42 mortes causadas pela doença. Os dados são da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde.
Em Cuiabá, houve 4.239 notificações, com 4 mortes confirmadas e 102 casos considerados graves. Várzea Grande também registrou 04 mortes causadas pela doença, em um total de 1.487 notificações, sendo 162 delas graves. Nas demais cidades do interior, a que mais tem casos registrados da doença é Primavera do Leste, com três pessoas infectadas.
O técnico em Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde, Gustavo Ducoff Guimarães, disse que um dos motivos para o crescimento da dengue em 2010 foi o aumento na quantidade de chuvas do ano passado. “A quantidade acima da média de chuva a partir de novembro criou condições mais favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor da doença”, afirmou.
Além do aumento no número de casos, há também a preocupação em relação aos tipos de vírus existentes no Mato Grosso. Três dos quatro tipos que existem já circulam ou circularam no Estado. A equipe de vigilância está preocupada por causa do risco de que o tipo 4 chegue aqui, devido à ocorrência de casos em outros estados.
“Não estamos em alerta ainda. Temos consciência de que é apenas uma hipótese, mas temos que tomar cuidado. Se esse tipo de dengue chegar em Mato Grosso vai haver uma epidemia, pois a população não tem anticorpos para se defender”, explicou.
A única forma de evitar a doença é por meio da prevenção. É recomendável manter caixas d’águas, tonéis, barris e outros recipientes que armazenam água tampados e limpos - lavados com escova e sabão regularmente. Tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas deve ser removido e a água da chuva não deve ser acumulada sobre as lajes.
As pessoas devem encher de areia os pratos dos vasos de plantas. Caso não seja possível fazer isso, deve-se lavar o prato com água e sabão pelo menos uma vez por semana e fazer o mesmo com vasos de plantas aquáticas.
Outros cuidados são em relação ao lixo. Todo objeto que possa acumular água deve ser descartado, como potes, latas e garrafas vazias. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos, bem fechados, fora do alcance de animais e as lixeiras devem ser bem fechadas.
(Amazonia.org, 02/07/2010)