A Justiça argentina aceitou que o Estado participe da acusação no processo contra manifestantes que bloquearam a ponte internacional General San Martín, que liga a localidade argentina de Gualeguaychú à uruguaia Fray Bentos. A decisão foi anunciada pelo juiz federal de Concepción del Uruguay, Gustavo Pimentel, e divulgada pela imprensa argentina. O Estado argentino pretende acusar um grupo de ativistas por uma série de crimes cometidos durante os últimos quatro anos.
Na próxima semana, o chanceler argentino, Héctor Timerman, deverá se reunir com representantes da Assembleia Ambiental de Gualeguaychú, com os quais deverá discutir uma solução permanente à divergência que desencadeou um dos mais graves conflitos da Argentina com o Uruguai.
Entenda o caso
Os manifestantes, que deixaram a ponte no último mês e devem mantê-la aberta por um período de 60 dias, denunciam que a fábrica de pasta de celulose UPM (ex-Botnia), instalada do lado uruguaio da fronteira, é poluente. Contudo, em resposta à ação interpelada pela Argentina contra o Uruguai, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, apontou que a indústria não polui o rio Uruguai.
A intenção do governo é ainda negociar o fim permanente da mobilização, já que os argentinos não decidiram se voltarão a bloquear o acesso à localidade uruguaia ao término do prazo de 60 dias.
(Jornal Agora, 02/07/2010)