Em um esforço para solucionar a grave crise energética vivida pelo Paquistão, o Governo impulsionou dois grandes projetos com a China e o Irã que se chocaram com os interesses dos Estados Unidos, cujo presidente, Barack Obama, aprova hoje novas sanções contra o regime iraniano.
As sanções aprovadas pelo Parlamento americano que Obama deve assinar hoje se somam às novas medidas decididas pelas Nações Unidas, como o castigo ao Irã pelo seu projeto de enriquecimento de urânio.
Mas em junho, e após vários anos de negociações, o Paquistão assinou com o Irã um acordo no valor de US$ 7,5 bilhões para a construção de um gasoduto que lhe permitirá importar gás iraniano durante 25 anos.
E, em fevereiro, tinha assinado com a China outro acordo para a instalação de dois novos reatores nucleares em Punjab, que se acrescentará a outros dois já existentes.
Os EUA exteriorizaram suas objeções aos acordos do Paquistão com seus dois vizinhos.
"Reconhecemos a necessidade (energética) significativa do Paquistão, mas também entendemos que pressionando o Irã podemos conseguir que cumpra com suas obrigações internacionais", disse uma porta-voz da embaixada dos EUA em Islamabad.
A fonte evitou precisar que medidas serão tomadas por Washington caso o Paquistão continue com o projeto do gasoduto.
Sobre a cooperação com a China, especificou que a administração americana não mostrou objeção, mas solicitou informação detalhada a respeito.
Para tranquilizar os EUA, o ministro de Exteriores paquistanês, Shah Mehmood Qureshi, ressaltou hoje que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pode inspecionar o acordo nuclear.
À numerosa ajuda militar que o Paquistão recebeu em troca - cerca de US$ 10 bilhões desde 2001 - se soma US$ 1,5 bilhão por ano para programas civis dos próximos cinco anos, com a condição de a luta contra os talibãs e Al Qaeda na fronteira afegã ser mantida.
(G1, 01/07/2010)