Em reunião-chave do setor pesqueiro finalizada hoje em Brisbane, Austrália, a indústria do atum não apresentou soluções para o problema da sobre-pesca da espécie e vetou as nações que tentaram proteger os estoques de seus mares.
As cinco organizações internacionais de gerenciamento da pesca de atuns se reuniram exatamente para identificar soluções ao problema dos estoques que, de longe, não atendem à demanda do grande número de embarcações. Atualmente, as mais de 20 milhões de embarcações que saem ao mar são capazes de pescar próximo a 2,5 vezes a quantidade de peixe disponível.
Porém, essas organizações e os membros de seus governos, incluindo os responsáveis pela falência da pesca de atuns no Atlântico e no Pacífico, se mantiveram resistentes, não propondo mudanças no atual funcionamento da indústria.
“Fiquei chocada ao ouvir dos presentes na reunião que não querem que mudanças sejam feitas. Se continuarmos a pescar nessa proporção, iremos esvaziar nossos mares” diz Sári Tolvanen, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace Internacional. “A indústria de atuns está caminhando para a falência de seu próprio negócio. O que é um contra-senso, pois, se você tem um negócio, procura garantir sua continuidade no futuro. E mesmo os pescadores, não vêem que trabalham para um iminente cenário de total desemprego”.
Em relatório lançado no mês passado pelas Nações Unidas, a previsão para o colapso do estoque pesqueiro mundial é em 2050, a menos que drásticas mudanças se concretizem.
“Frente a esse posicionamento, o Greenpeace convoca consumidores e varejistas de todo o mundo a se manifestar publicamente e parar o comércio das espécies de atum ameaçadas. Se não o fizermos, vamos comer até a morte Rabilho, Albacora e Patudo, além de contribuir com as técnicas destrutivas de pesca de atum que ameaçam tartarugas e tubarões”, conclui Tolvanen.
A campanha de oceanos que o Greenpeace realiza ao redor do mundo trabalha pela construção de uma rede global de áreas marinhas protegidas, cobrindo 40% dos nossos oceanos. Elas são essenciais para garantir oceanos limpos e saudáveis, protegendo a vida marinha da sobre-pesca e da destruição de seus habitats.
(Greenpeace Brasil, 01/07/2010)