A emissão industrial de gás carbônico no mundo permaneceu inalterada no ano passado, segundo relatório da Agência Holandesa de Avaliação Ambiental divulgado nesta quinta (1). O motivo seria a queda na produção em países ricos devido a recessão, compensada pelo aumento das emissões na China e Índia.
É a primeira vez desde 1992 que as emissões de gás carbônico, originadas principalmente da queima de combustíveis fósseis, produção de cimento e produção de indústrias químicas, permaneceram as mesmas.
O relatório, no entanto, não levou em conta medidas de desmatamento, incêndios em florestas e emissões de biomassa em decomposição, que pode adicionar até 20% às emissões globais.
A agência do governo holandês foi a primeira a confirmar que a China havia superado os EUA em 2006 como o maior emissor de CO2 do mundo. Suas análises são baseadas em dados da petrolífera britânica BP e da Agência Internacional de Energia; os dados de cimento, aço e outras indústrias são coletados pelo projeto Edgar da União Europeia.
Nos países ricos, as emissões caíram 7% (800 milhões de toneladas de gás carbônico), mas isso foi compensado por um aumento de 9% na China e 6% na Índia.
Desde 2000, a China mais que dobrou suas emissões, chegando a 8,1 bilhões de toneladas), apesar de ter praticamente dobrado a cada ano sua produção de energia eólica e solar.
As emissões da Índia cresceram 50% desde 2000. O país superou a Rússia e hoje é o quinto maior emissor de carbono do mundo.
Em termos de país, a China é o maior emissor, mas os EUA ainda são os maiores poluidores per capita, emitindo quase três vezes mais CO2 por habitante que o país asiático.
O aumento na temperatura média da Terra pode levar a secas, cheias e aumento do nível do mar. Apesar disso, não há consenso na comunidade internacional sobre como lidar com esse problema.
Um encontro de 120 líderes mundiais em Copenhague (Dinamarca) em dezembro do ano passado fracassou. A próxima conferência está marcada para o fim deste ano em Cancún (México).
(Folha.com, 01/07/2010)