Dez mil bandeiras americanas estamparam hoje em Washington a mensagem "Livres de Petróleo", em um protesto organizado por ambientalistas e militares veteranos, pedindo "a independência energética" dos Estados Unidos.
Nas proximidades da Casa Branca, o diretor-executivo da associação ambientalista Sierra Club, Michael Brune, ofereceu uma entrevista coletiva para reivindicar, nas vésperas do fim de semana do feriado de 4 de julho, uma "nova independência".
"Não há melhor época do que agora para nos unirmos e nos libertarmos do petróleo, rompendo assim esta dependência em nossa geração", proclamou.
Brune defendeu uma mudança na política energética do país como resposta ao desastre ecológico do golfo do México, causado pela ruptura de um poço que derrama entre 35 e 60 mil barris por dia.
As dez mil bandeiras formam as letras de "Freedom from Oil" (livres de petróleo) e representam as milhares de assinaturas de um pedido ao presidente Barack Obama para que acabe com a dependência petrolífera em 20 anos.
"É triste saber que nossa dependência do petróleo esteja financiando as balas disparadas pelos nossos inimigos nessas duas guerras. É uma vergonha que tenhamos que passar outro 4 de julho financiando essas munições", criticou o veterano do Iraque Jonathan Powers.
O aumento dos preços do petróleo e o custo associado a seu consumo, cerca de US$ 386 bilhões ao ano, representam, segundo Powers, o enriquecimento de outros regimes e grupos que financiam terroristas que batalham no Iraque e Afeganistão.
"Temos que tomar o controle de nossa energia", reivindicou Powers e encorajou o Congresso a aprovar a reforma energética que a Casa Branca tenta impulsionar, ainda com mais ímpeto desde que o vazamento da British Petroleum (BP) começou a poluir o Golfo.
Entre outras coisas, o governo quer fomentar fontes alternativas de energia e novas regulações sobre as perfurações em águas profundas, como as da plataforma Deepwater Horizon, administrada pela BP.
(Efe, Folha.com, 01/07/2010