A Cenibra, empresa situada no estado de Minas Gerais, foi a primeira empresa brasileira a receber simultaneamente as certificações do Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council – FSC) e do Programa Nacional de Certificação Florestal (Cerflor). A empresa tem uma política alicerçada na questão da sustentabilidade e promove uma gestão integrada da qualidade, do meio ambiente, da segurança, da saúde ocupacional, da ética e da responsabilidade social, por considerá-los elementos essenciais para a busca constante da excelência empresarial e da melhoria contínua do sistema integrado de gestão.
A companhia foi reconhecida como a melhor empresa do setor de celulose e papel (Revista Exame 2001 e 2003 e Valor Econômico 2009) e também recebeu os prêmios : Programa Global de Qualidade de Vida (ABQV 2004 e 2009), Prêmio Internacional Ouro Verde como a melhor em desenvolvimento corporativo (2004) e recebeu o Prêmio Siemens Vai de meio ambiente(2008), entre outros.
O diretor-presidente da companhia, Paulo Brant, fala ao sobre questões que envolvem a postura da empresa na preservação do Meio Ambiente. Confira.
Celulose Online - Como a empresa define sua política de sustentabilidade?
Paulo Brant - Muito mais que uma palavra e um modismo empresarial, a sustentabilidade é um paradigma determinante para o nosso futuro. Discutir, entendê-lo e aplicá-lo em nossos processos é fundamental para alcançar equilíbrio entre o progresso desenvolvimentista e a preservação de nossos valores morais, sociais e ambientais.
Na Cenibra, ela é conquistada com iniciativas permanentes que possibilitem o desenvolvimento integral das comunidades, além de consolidar a posição da empresa no mercado mundial. Trata-se de uma transformação ética que acontece quando honramos compromissos, por meio de práticas transparentes incorporadas à cultura organizacional da empresa.
Celulose Online - Qual o valor desta política para a gestão?
Paulo Brant - A Cenibra reconhece a qualidade, o meio ambiente, a segurança, a saúde ocupacional, a ética e a responsabilidade social como base das atividades nas plantações florestais, na produção de madeira e celulose.
A política de sustentabilidade garante uma gestão moderna, em equilíbrio com o meio ambiente e a sociedade. Todos os nossos processos são estruturados de forma que o verdadeiro lucro é o obtido com preservação ambiental e qualidade de vida. É crescer e atingir a prosperidade sem pôr em risco a biodiversidade.
Celulose Online - Hoje, a Cenibra é uma das empresas que mais tem projetos e ações de sustentabilidade no setor. Quando a empresa entendeu que esse é um pilar do negócio?
Paulo Brant - Esta sempre foi uma preocupação da CENIBRA. Além de cumprir o exigido pela legislação, a Empresa assume seu papel de Organização cidadã, promovendo a preservação da biodiversidade, disseminando conceitos de educação e investindo na valorização da vida. Como reconhecimento de que trabalha dentro dos mais altos padrões internacionais de excelência a CENIBRA é certificada de acordo com as normas ISO 9001:2000 e ISO 14001, tendo sido também a primeira empresa brasileira a receber simultaneamente as certificações do Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council - FSC) e do Programa Nacional de Certificação Florestal (CERFLOR).
Celulose Online - Como os colaboradores da empresa são envolvidos na causa da sustentabilidade?
Paulo Brant - O respeito com o meio ambiente e o compromisso de preservação são inerentes à nossa missão e política. Por meio de ações interativas de educação ambiental, os empregados compreendem o papel de cada um para a construção de um mundo melhor. São promovidas campanhas de conscientização, palestras, apresentação dos resultados das atividades da empresa.
Celulose Online - Recentemente, o senhor ministrou uma palavra para funcionários da companhia sobre a importância do meio ambiente para a garantia da vida (Durante as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente). Como o senhor define esta importância?
Paulo Brant - Não há dúvidas da importância do meio ambiente para a garantia da vida, uma vez que ele nos fornece condições essenciais para a sobrevivência e evolução. Enquanto o mundo se preocupa com as mudanças climáticas, com o processo de desertificação e com a agressão às matas nativas, a CENIBRA mostra ser uma empresa que assume e cumpre seu papel com a vida. Preservamos mais de 100 mil hectares de mata Atlântica; superamos a marca de 350 mil mudas de espécies nativas plantadas para promover a recuperação ambiental de matas ciliares e nascentes.
Desenvolvemos também, há 20 anos, um projeto que já reintroduziu na natureza sete espécies de aves ameaçadas de extinção. A conservação é um valor inerente à filosofia da CENIBRA. Para cada 100 hectares cultivados com eucalipto, a empresa possui 80 hectares preservados. Temos o orgulho de dizer que 40% das áreas são destinadas à conservação. Os resultados da gestão ambiental da CENIBRA correspondem aos trabalhos de pesquisa, ao intenso monitoramento da fauna e flora, recuperação de áreas, e ao Planejamento Técnico, Econômico, Ambiental e Social durante todo o processo florestal.
Celulose Online - Neste momento em que se fala tanto em sustentabilidade, o senhor acredita que as empresas estão adaptadas para esse conceito?
Paulo Brant - As empresas, independentemente do setor, estão consolidando cada vez mais as práticas e conceitos sustentáveis em seus processos. Acredito que a sustentabilidade não está controlada e isolada em processos fechados de indústrias e instituições; é algo próximo e expansivo que une os seres em torno de um objetivo único: reconciliar homem e natureza, conciliando conceitos e recondicionando hábitos.
Celulose Online - O que falta para empresas e a sociedade com um todo exercerem seu papel na busca da sustentabilidade?
Paulo Brant - O comprometimento com a sustentabilidade deve ultrapassar o discurso bem construído e as boas intenções. Ele deve estar firmado em ações efetivas de uso responsável dos recursos naturais em equilíbrio com o desenvolvimento socioeconômico.
Celulose Online - O setor de C&P é muito atacado por ambientalistas e Ongs, como o senhor vê essa questão?
Paulo Brant: Não podemos permitir que a desinformação atrofie o desenvolvimento. As indústrias de base florestal enfrentam uma mistificação que ofusca a realidade e confunde a sociedade. Manifestada na imagem do “deserto verde”, essa posição ideológica propaga uma suposta ausência de biodiversidade nas áreas das empresas de florestas plantadas, tachadas como fontes de prejuízos ambientais. Essas vozes, para respaldar seus argumentos, ocultam uma realidade formidável do setor, realidade essa alcançada por meio de muita pesquisa e tecnologia e de visões pioneiras de desenvolvimento sustentável, que hoje colocam o Brasil como referência no setor de florestas plantadas no mundo. A harmonia e transparência no relacionamento entre ambientalistas, ONGs e Empresas é a melhor maneira de contribuir para a disseminação de conceitos de Educação Ambiental e consequente intensificação das ações de preservação da biodiversidade.
Celulose Online - A Cenibra vê o mercado de carbono como alternativa de sustentabilidade e negócios?
Paulo Brant - Sim. Trata-se de uma iniciativa que promove a preservação ambiental, desenvolvimento social e econômico, estimula projetos de adequação de processos e utilização de fontes energéticas limpas e renováveis. É pensar positivo na mudança climática do planeta.
Na Cenibra, áreas de florestas nativas e de florestas comerciais (plantio de eucalipto) são objetos de estudos da área de Meio Ambiente da Empresa, em parceria com universidades, para verificação, a cada cinco anos, do aumento da biomassa, índice de conservação e captura e estoque de CO2.
A Cenibra criou ainda, em 2003, um grupo de trabalho para estudos e análises sobre Mercados de Crédito de Carbono. A Empresa possui Projetos sustentáveis para mitigar os impactos. Dentre eles, podemos citar "Sequestro de Carbono no Estado de Minas Gerais" Projeto CCX, apresentado e aprovado pela Chicago Climate Exchange (CCX), com a consultoria e interveniência da Fundação Brasileira para Desenvolvimento Sustentável (FBDS). Pelo Protocolo de Kyoto podemos citar a Substituição de Óleo Combustível por Gás Natural.
fonte: Celulose Online