A assessoria de imprensa da empresa finlandesa de papel e celulose Stora Enso fez uma nota para desmentir o informe Letraviva, do MST, divulgado na sexta-feira. A nota do MST afirma que “um diretor da empresa finlandesa de papel e celulose Stora Enso admitiu que criou uma empresa no Brasil para burlar a lei, comprar ilegalmente 46 mil hectares na fronteira sul do país e implantar o monocultivo de eucalipto”.
De acordo com a nota da Stora Enso, “não houve qualquer admissão nesse sentido, pois a criação da empresa Azenglever (empresa brasileira de capital brasileiro) foi feita de forma legal e transparente. A criação da empresa foi informada aos órgãos da administração pública envolvidos e, posteriormente, teve confirmada sua legalidade pelo arquivamento, por ordem da Justiça Federal, de inquérito policial a respeito”.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o vice-presidente da Stora Enso para a América Latina, Otávio Pontes, relatou que “pelas leis brasileiras, para você poder registrar terras em zona de fronteira sem a autorização prévia do CDN [Conselho de Defesa Nacional], você precisa ter sócio brasileiro com capital brasileiro”.
Com isso, de acordo com o vice-presidente da Stora Enso, “foi feita a Azenglever para que você pudesse registrar a terra até que o processo fosse aprovado pelo CDN”.
Ou seja, a Stora Enso usou uma empresa do Brasil para legalizar terras compradas antes da autorização do Conselho de Defesa Nacional.
A Azenglever, inclusive, não tinha capital. E comprou os 46 mil hectares por meio de empréstimo da... Stora Enso.
“Ela não tinha capital… mas isso também foi aberto. A Stora Enso fez um empréstimo para essa empresa. Ela comprou e deu as terras em garantia”, admitiu Pontes.
Será que a empresa finlandesa de papel e celulose Stora Enso criou uma empresa no Brasil para burlar a lei, comprar ilegalmente 46 mil hectares na fronteira sul do país e implantar o monocultivo de eucalipto?
A Stora Enso nega o inegável. E ainda tenta se fazer de vítima.
(MST, 01/07/2010)