A Alliance vendeu à Philip Morris Brasil (PMB) um ponto de compra de fumo no mesmo município onde está construindo sua nova fábrica. A transação envolvendo a estrutura em Araranguá faz parte da política de verticalização adotada pela cigarreira, que vai comprar 20% de sua demanda de fumo direto do produtor rural. Semana passada a Alliance e a Universal Leaf Tabacos anunciaram o repasse de contratos com fumicultores para a PMB. Cada fumageira está transferindo 8,5 mil contratos.
O diretor de assuntos corporativos da PMB, Maurício Mendonça, revelou ontem que a transferência está começando pela região de Araranguá, onde a cigarreira já assumiu 1,6 mil contratos. “Estamos realizando o processo de forma gradual, obedecendo a um cronograma”, afirma, mantendo em sigilo quando as mudanças ocorrerão na região de Santa Cruz.
Segundo ele, 25% dos 17 mil fumicultores que passaram a trabalhar para a Philip Morris são catarinenses. Outros 25% são do Paraná e a outra metade é formada por produtores gaúchos. “Os agricultores podem ficar tranquilos. Vamos manter os mesmos acordos firmados com as duas fumageiras e eles não terão prejuízos”, garante Mendonça. O fumo produzido direto para a PMB será processado pela Alliance e Universal, em uma espécie de terceirização.
Desta forma, é possível estimar que parte do fumo comprado pela Philip Morris no ponto de Araranguá seja processado na mesma cidade, na nova fábrica da Alliance. A cigarreira ainda estuda se vai adquirir ou construir postos de compra de tabaco no Vale do Rio Pardo. Há boatos de que a cigarreira já teria comprado parte dos prédios da Alliance que serão desativados em Santa Cruz – informação não confirmada pelas empresas.
(Gazeta do Sul, 01/07/2010)