A Defensoria Pública do Estado do Maranhão realizou audiência pública em Carolina com os atingidos pela Usina Hidrelétrica de Estreito, nesta terça-feira, 29, no auditório da Câmara Municipal. As associações dos oleiros, pescadores, ribeirinhos, pequenos agricultores e cidadãos direta e indiretamente atingidos pelo empreendimento puderam apresentar aos defensores públicos suas reclamações, indignações e críticas à maneira como o Consórcio Estreito Energia (CESTE) tem atuado nas questões das indenizações e desapropriações no município de Carolina.
“Apresentamos ao Poder Legislativo a proposta de união com o Poder Executivo para que juntos possamos unir também forças para lutar pelos direitos dos atingidos e pelo que acordamos no Temo de Compromisso Mútuo”, disse o prefeito João Alberto, que abriu a audiência.
Muitos casos foram relatados pelos atingidos. A maioria deles de pessoas com pouca ou nenhuma informação – mesmo depois de todas as reuniões e audiências públicas realizadas em Carolina com ou sem a presença do CESTE.
“Foi muito triste e constrangedor para mim ver minha casa ser totalmente destruída pelas máquinas do empreendedor. Nem se eu quisesse poderia ter feito alguma coisa para impedi-los, pois estavam acompanhados de quinze policiais armados”, disse Antonio de Pádua Nascimento, oleiro que teve sua propriedade de 8 mil metros quadrados avaliada em apenas 11 mil reais. “Com esse valor não posso reconstruir minha olaria. Na verdade, não comprarei nada aqui nem em qualquer outro lugar”, disse.
Os defensores públicos registraram todas as reclamações e denúncias e prometeram avaliar cada situação no sentido de procurar auxiliar os atingidos.
(Maranhão News, Forum Carajas, 30/06/2010)