Os prédios que serão construídos em bairros como Menino Deus, Rio Branco, Moinhos de Vento e Petrópolis poderão ser mais baixos do que os atuais. Isso se for aprovada a redação final do projeto que altera o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Porto Alegre e entregue ontem ao prefeito José Fortunati.
Segundo a proposta, a altura limite das novas construções nessas áreas passaria dos atuais 54 metros de altura, cerca de 18 andares, para 42 metros, ou 14 andares (altura média de três metros cada).
Em algumas áreas do bairro Menino Deus, como a Avenida Getúlio Vargas, o limite poderá ficar em 33 metros de altura. A pressão de movimentos sociais, como associações de bairro, teria sido a principal causa para que essas modificações.
– Muitos moradores alegaram que os bairros residenciais estão sendo mutilados pelos grande prédios – explica o vereador Reginaldo Pujol, revisor do projeto.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon), Paulo Vanzetto Garcia, a proposta poderia ser um pouco mais democrática.
– Acredito que seria mais interessante se a ideia contemplasse os dois lados. Não existe no projeto algum bairro onde se tenha aumentado o limite de altura – diz.
Também faz parte do texto aprovado a criação de uma área verde, que ocuparia de 7% a 54% do terreno das futuras construções. A ideia é que as habitações contribuam para a absorção da água da chuva pelo solo. Outra questão debatida, segundo Pujol, foi a reestruturação da identificação, delimitação e detalhamento das áreas de interesse cultural.
O prefeito José Fortunati terá 14 dias para avaliar a proposta e sancioná-la.
– As alterações apresentadas pela Câmara são necessárias, especialmente em uma legislação tão complexa como esta. Não tenho dúvidas de que o resultado das avaliações do Legislativo consagrará um avanço ao futuro de Porto Alegre – disse o prefeito, após receber o texto.
(Zero Hora, 30/06/2010)