O Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC) classificou como "parcial" o conteúdo do relatório do Grupo de Trabalho do amianto, que deve ir a votação na quarta-feira. "As conclusões do dossiê nos deixam preocupados, pois não refletem a atual realidade do uso seguro que o Brasil faz do mineral", afirma Marina Júlia de Aquino, presidente executiva do IBC. Segundo ela, o relator do dossiê, deputado Edson Duarte (PV-BA), já havia tomado posição contrária ao uso do amianto antes da elaboração do relatório.
"Não existe um reconhecimento da realidade atual do setor, que investiu em controle, em segurança do trabalhador", diz Marina. "Não existem registros de doenças ligadas ao amianto desde a década de 1980", completa.
Segundo ela, os casos de doenças relatados no dossiê por ex-trabalhadores da indústria refletem são fruto da falta de cuidado com o mineral que ocorreu no passado.
"A tecnologia de controle foi aplicada a toda cadeia produtiva, o que nos leva a afirmar que as doenças do amianto estão erradicadas no Brasil", diz Marina. "Esse relatório tende a falar do passado."
(Por Andrea Vialli, O Estado de S.Paulo, 29/06/2010)