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monsanto transgênicos
2010-06-28 | Tatianaf

Com mais de US$ 900 milhões investidos nos últimos dez anos, o Brasil hoje é considerado o segundo maior mercado para a Monsanto, empresa responsável pela difusão dos transgênicos entre os produtores desde 2005, com o início do plantio da “polêmica” soja RR. Ricardo Miranda, diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Monsanto, relata que, após cinco anos de uso, as sementes transgênicas resistentes a herbicidas e insetos ganharam os campos brasileiros e somam cerca de 70% do que é plantado em soja e 50% do cultivo de milho no País.

JC Empresas & Negócios - O que o mercado agrícola brasileiro representa para a Monsanto?
Ricardo Miranda -
Hoje o mercado brasileiro, até pela expressão agrícola que possui no mundo, passou a ser o nosso segundo maior mercado de interesse. O primeiro é os Estados Unidos. Ou seja, o Brasil é considerado um país importante dentro dos nossos negócios. Estamos em todos os continentes, em mais de 130 países, com 21 mil funcionários, sendo 4 mil ligados diretamente à tecnologia.

Empresas & Negócios - E qual a estrutura no Brasil, em termos de sede e áreas experimentais?
Miranda -
Estamos no País desde 1951, investimos mais de US$ 900 milhões no mercado brasileiro nos últimos 10 anos em diversas localidades, tanto nas unidades fabris, e nos centros de pesquisa quanto em áreas experimentais. Estamos praticamente em todos os estados, considerando áreas de manufatura, pesquisa e desenvolvimento.

Empresas & Negócios - Qual o avanço que a agricultura brasileira vem obtendo com o uso dos transgênicos?
Miranda -
Já observamos mudanças bastante significativas em relação a todas as tecnologias lançadas, tanto as tolerantes a herbicidas quanto as resistentes a pragas. Temos constatado ganhos significativos na produtividade do milho, por exemplo, quando utilizada a tecnologia de resistência a insetos. Ela pode variar de 6% a 11% em aumento de produtividade. Esse é um bom exemplo do benefício que a agricultura brasileira passa a ter. Hoje se trabalha muito no País com as tecnologias voltadas às culturas de soja, milho e algodão. Em termos de adoção, temos cerca de 70% da tecnologia de tolerância a herbicidas em soja, mais de 50% da adoção da resistência a pragas em milho. Lançamos há dois anos, ou há duas safras agrícolas, o milho resistente a insetos. Nesse período, conquistamos mais de 50% do que é plantado. No algodão, foi possível a viabilização de áreas que até então não eram mais consideradas áreas produtoras.

Empresas & Negócios - Como é a relação com os agricultores familiares?
Miranda -
Começa a cair por terra, especialmente quando o resultado do uso da tecnologia é comprovado, e o agricultor começa a utilizá-la, a ideia de que a biotecnologia não é somente para beneficiar grandes produtores. Um exemplo é o plantio de milho e soja que vem sendo realizado em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Esses agricultores estão tendo benefícios bastante significativos. Existe um falso entendimento de que o pequeno não se beneficia dessa tecnologia. Eu diria até que ele tem vantagens superiores em relação aos grandes produtores, em função, principalmente, de um manejo mais adequado das culturas. Por exemplo, a resistência a insetos, diferentemente de outras práticas convencionais, na tecnologia a planta já fica protegida desde quando ela se desenvolve. O agricultor começa a ganhar desde o momento em que ele planta, pois a cultura é protegida desde o início. E isso, para os pequenos produtores, faz uma grande diferença.

Empresas & Negócios - E para o pequeno, o custo não se transforma em um empecilho, apesar da vontade em ampliar a produtividade?
Miranda -
O retorno que o produtor tem com o uso da biotecnologia garante a ele tranquilidade na compra e no uso desses produtos. Em regiões onde a pequena propriedade é muito forte, caso de Santa Catarina, já estão utilizando expressivamente a biotecnologia. A questão custo não tem inviabilizado de forma alguma a adoção de transgênicos, basta ver o volume de utilização da tecnologia. Só em soja Roundup Ready (RR), resistente ao herbicida glifosato, a adesão supera os 70%.

Empresas & Negócios - Entre as tecnologias lançadas, qual teve seu uso mais expandido no País?
Miranda -
A soja RR foi legalmente aprovada pelos organismos governamentais em 2005. Se em cinco anos atingimos mais de 70%, diria que tem uma alta adoção. Mas a expansão mais rápida ocorreu com o milho (Bt, resistente a lagartas), aprovado em 2008. Por ser uma cultura bastante carente na questão do manejo, em dois anos tivemos mais de 50% de adoção da tecnologia pelo mercado. Em termos de tamanho, a soja lidera. Mas em relação à velocidade o milho lidera. O próximo degrau a ser alcançado será o das tecnologias combinadas, onde, a partir de 2011, assim que tivermos todas as aprovações, disponibilizaremos esse novo produto.

Empresas & Negócios - O que são as tecnologias combinadas?
Miranda -
Ela possibilita que em uma mesma planta seja possível obter tanto tolerância a herbicidas quanto resistência a pragas. Acreditamos que isso vai gerar um grande ganho para o produtor brasileiro. A expectativa é de aprovação do herbicida para a aplicação na cultura do milho a partir da próxima safra. A pesquisa já está concluída, já foi aprovada pela CTNbio e também submetemos à apreciação governamental.

Empresas & Negócios - Quais são as principais linhas de pesquisa e a previsão de lançamento no Brasil de sementes resistentes à seca?
Miranda -
Nos EUA há uma linha de sementes com tolerância à seca onde a pesquisa está bastante avançada, com previsão de lançamento entre 2012 e 2013. Para o Brasil estamos trazendo essa tecnologia a partir de 2011/2012. Não será o lançamento por aqui, mas vamos iniciar o projeto de pesquisa e entendimento dessa tecnologia no Brasil. O lançamento dessas sementes tolerantes à seca deve ocorrer após cinco anos de estudos no Brasil, onde o foco será o milho. Plantadas, essas sementes resistirão a um período de até 45 dias sem chuvas.

Empresas & Negócios - Qual o posicionamento da Monsanto em relação às entidades contrárias à tecnologia?
Miranda -
Observamos que todas as alegações levantadas pelas entidades contrárias não são embasadas cientificamente em argumentos, são muito mais baseadas em ideologias. Após 15 anos de biotecnologia no mercado global, o que se vê é um desgaste neste tipo de argumentação.

Empresas & Negócios - Como é possível compartilhar alta produtividade com deficiências antigas do agronegócio brasileiro?
Miranda -
Esse é o próximo ponto que precisa ser trabalhado para que o Brasil se torne muito mais competitivo do que já é. Dentro da porteira, o Brasil é cada vez mais reconhecido como um player desse mercado. Somos eficientes, buscamos aumento de produtividade constantemente. O que está faltando agora justamente é o “depois da porteira”, que seria a questão da comercialização e do armazenamento e transporte. Esses são aspectos que vão fazer a diferença para o Brasil. Hoje o País ainda não está dando a atenção necessária para este mercado que é o do agronegócio, responsável por mais de 30% do Produto Interno Bruto brasileiro.

(Por Luciana Radicione, JC-RS, 27/06/2010)


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