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contaminação da água
2010-06-28 | Tatianaf

Novo estudo relaciona uma em cada cinco mortes no país com o excesso de arsênico na água de poços artesianos construídos numa desastrosa política pública nos anos 1970 que resultou no maior envenenamento em massa da história.

Entre 33 e 77 milhões de pessoas de Bangladesh estão expostas diariamente a uma quantidade nociva de arsênico na água de poços que utilizam para cozinhar e beber, uma catástrofe já conhecida pela Organização Mundial de Saúde e destacada como o “maior caso de envenenamento em massa da história”.

Apesar de já ser um problema reconhecido, apenas agora se tem a real noção da tragédia. Um estudo publicado nesta semana no periódico Lancet demonstrou que uma em cada cinco mortes no país do sudeste asiático está relacionada com a concentração de mais de 10 microgramas de arsênico por litro de água.

Pesquisadores norte-americanos acompanharam 12 mil pessoas em Bangladesh por mais de uma década, entrevistando e coletando amostras de urina a cada dois anos. Assim foi possível traçar perfis e controlar fatores externos como doenças genéticas e vícios como cigarro e bebida. Além disso, a água de mais de seis mil poços foi analisada e comparada com a saúde dos pacientes que vivem ao redor deles.

Dessa forma, o estudo constatou que a taxa de mortalidade para doenças crônicas entre os pacientes com os níveis mais altos de contaminação é 70% maior. Além disso, os problemas relacionados com o envenenamento, como lesões na pele, dificuldade de locomoção, rigidez das articulações e vários tipos de cânceres, são extremamente comuns em grande parte da população.

Ajuda
O envenenamento em massa em Bangladesh foi resultado de um esforço bem intencionado de agências de desenvolvimento que durante a década de 1970 construíram 10 milhões de poços artesianos para minimizar os efeitos da cólera e disenteria.

Segundo o  líder da pesquisa, Joseph Graziano, da Universidade de Colúmbia, enquanto os poços foram importantes para frear essas doenças, eles foram escavados muito próximos a superfície e por isso a água estocada neles ia aos poucos se contaminando com arsênico, através de um fenômeno natural na região.

Assim, milhões de pessoas nas últimas décadas foram sendo envenenadas aos poucos e como os problemas relacionadas com o arsênico só aparecem com o passar dos anos, várias gerações vivem atualmente com problemas de saúde e são mais vulneráveis a uma série de doenças.

Algumas soluções já foram sugeridas e aos poucos estão sendo adotadas. Uma delas é simplesmente escavar poços mais profundos. Outra é fornecer às pessoas pacotes com uma mistura de sulfato de ferro e hipoclorito de cálcio especialmente desenvolvida para ser adicionada à água para anular os efeitos do arsênico.

“O governo de Bangladesh está aparentemente comprometido em resolver o problema. Mas deveria existir um maior apelo mundial para essa tragédia”, afirmou Richard Wilson, da Universidade de Harvard.

Tornar essa questão mais conhecida da comunidade internacional será fundamental para que a ajuda combinada de políticos, especialistas em saúde pública, epidemiologistas e organizações não governamentais minimize esse grave quadro que apesar de seus números assustadores passa praticamente em branco pelos noticiários e discussões internacionais.

“A necessidade de uma resposta global para esse caso é urgente, até porque o problema ultrapassa as fronteiras de Bangladesh. A presença de arsênico na água está afetando 140 milhões de pessoas em vários países, especialmente no sudeste asiático. Os investimentos para remediar esse problema não chegam nem perto do que seria ideal”, concluiu Graziano.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, Envolverde, 27/06/2010)


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