(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2010-06-28 | Tatianaf

O compromisso de jovens e adolescentes com o movimento pela justiça ambiental é um dos novos elementos que emergem no Fórum Social dos Estados Unidos 2010, que reúne cerca de 20 mil ativistas em Detroit. Ontem, um grupo de jovens ativistas da cidade de São Francisco contou sua luta contra multinacionais que contaminam bairros habitados por minorias raciais. “A contaminação não tem limites; organizações de jovens negros, chineses e latinos pela justiça em São Francisco” foi o tema do painel dedicado às questões ambientais na costa oeste norte-americana.

O bairro de Bayview, onde vivem minorias, é vítima da contaminação, e muitas pessoas que ali vivem nem mesmo sabem disso”, afirmou Ingried Seyundo, de 18 anos, do grupo Povo Organizado por Direitos Ambientais e Econômicos (Poder, sigla em inglês). “As grandes corporações com centrais de energia contaminam os distritos onde há minorias, e as crianças estão adoecendo, principalmente por câncer, mas também sofrem ataques do coração e de hipertensão”, explicou Seyundo.

Esta situação assemelha-se ao ocorrido no chamado “beco do câncer” no sul dos Estados Unidos, uma área entre o Rio Mississippi e as cidades de Baton Rouge e Nova Orleans, onde 140 companhias fabricam um quarto dos produtos químicos do país. Em 1993, uma comissão federal concluiu que a indústria causava desproporcional impacto nos habitantes do lugar.

Agora, cinco bairros de São Francisco (Bayview Hunter’s Point, Portola, Excelsior, Visitation Valley e Mission) são cenário de outra batalha ambiental, e todos são habitados, em sua maioria, por afro-norte-americanos e trabalhadores. “É importante nos educarmos sobre estes temas ambientais. Não se deve calar se alguém vive uma situação insuportável”, disse Tiffany Ng, de 18 anos, do Programa Raízes Comuns da Associação Progressista Chinesa de São Francisco.

Ng contou que seu grupo promove a solidariedade intercultural e trabalha por maior entendimento de temas políticos e sociais entre os jovens, desenvolvendo suas habilidades de liderança. Por sua vez, Seyundo disse que, após uma longa luta, o bairro de Bayview conseguiu que fossem abertas rotas para os caminhões das empresas, de maneira a não afetarem a vida das áreas residenciais, e que usaram veículos com menor impacto ambiental. “Criamos rotas que agora permitem que esses veículos passem longe dos lugares onde há muitas crianças, como escolas, e também onde há idosos”, explicou.

Loreen Dangerfield, de 15 anos, integrante do grupo Povo Organizado para Ganhar Direitos Ambientais, disse que um dos problemas que preocupa a entidade é a construção de condomínios em local contaminado com tóxicos pela construtora Lennar Corporation. Segundo os ativistas, o lugar onde será construído o complexo fica perto do estaleiro de Hunters Point Naval, onde foram embarcadas bombas atômicas lançadas sobre as cidades chinesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.

“O estaleiro é por si só tóxico, e também é um lixão”, disse Dangerfield. “Em Miami, a Lennar construiu casas sobre bombas não detonadas, e as pessoas começaram a adoecer”. A empresa quer construir 8.500 unidades, incluindo alguns edifícios altos, mas os ativistas exigem que antes seja feito um informe de impacto ambiental independente. “Não queremos que a Lennar construa o condomínio. Compraram o estaleiro por um dólar”, disse Dangerfield. A construtora cavou em rochas com asbesto, espalhando poeira cancerígena em áreas residenciais e escolas próximas.

Teresa Almaguer, coordenadora de programas da Poder, disse ser importante compartilhar as preocupações sobre justiça ambiental dos bairros pobres de São Francisco com outros ativistas no Fórum Social dos Estados Unidos. “O que acontece em São Francisco ocorre em todo o mundo. O racismo ambiental está institucionalizado”, ressaltou.

A ativista disse que famílias da classe trabalhadora estão sendo deslocadas pela expansão de condomínios para pessoas com maior poder aquisitivo, e alertou que tais empreendimentos têm forte impacto ambiental. “Enquanto lutamos pela criação de bairros seguros e saudáveis, somos deslocados. Esta é uma questão global”, disse Almaguer. “Também queremos chamar a atenção para a Lennar. Precisamos lutar e trabalhar juntos porque podemos conseguir grandes coisas”, acrescentou.

Por sua vez, Sandar Sebastian, que viajou de Nova York para participar do fórum que acontece esta semana em Detroit, disse à IPS estar impressionada com a energia e o conhecimento demonstrado pelos jovens de São Francisco. “Creio que é verdadeiramente inspirador encontrar jovens tão envolvidos neste tipo de análise da justiça ambiental, e que possam relacionar o racismo ambiental com o impacto em sua vida diária”, afirmou. IPS/Envolverde

(Por Bankole Thompson, IPS, 25/6/2010)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -