Dados mostram que as temperaturas no sertão nordestino estão ficando mais altas com o passar do tempo e as chuvas têm ocorrido com menor intensidade.
Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Paulo Nobre, enquanto em alguns lugares do semiárido no Nordeste a temperatura máxima diária aumentou até 3°C nos últimos 40 anos, a média do aumento da temperatura no mundo no mesmo período foi de 0,4°C. O assunto será abordado em conferência na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em julho. A temperatura máxima diária em Vitória de Santo Antão (PE), por exemplo, saltou de 31,5º C para 35°C. Com o aquecimento, a água disponível no solo evapora mais rapidamente e dá origem a nuvens maiores e mais carregadas de vapores de água - isso resulta em chuvas mais intensas, seguidas de longos períodos de seca.
DUAS PERGUNTAS PARA...
Armin Sandhövel, Presidente da Allianz Climate Solutions (ACS)
1. Por que o Brasil é atraente para investimentos em energia renovável e créditos de carbono?
Hoje o Brasil não é o líder mundial em projetos de crédito de carbono: Índia e China saíram na frente. No entanto, o fato de o Brasil ter desenvolvido uma matriz energética limpa, com predominância de hidrelétricas e biocombustíveis, torna o País bastante interessante para empresas como a ACS, que é um ramo da seguradora alemã Allianz que busca investimentos em energias limpas no mundo todo. A dependência da energia fóssil está com os dias contados, e o Brasil sabe disso.
2. O mundo realmente caminha para uma economia de baixo carbono? Combustíveis fósseis mostram que têm sobrevida.
Uma coisa não pode ser negada: a era do petróleo e do carvão baratos está chegando ao fim. A demanda por energia cresce nos países em desenvolvimento, especialmente China e Índia, ao mesmo tempo que os recursos fósseis são limitados. [ ]É por isso que a China ultrapassou os Estados Unidos e hoje é o país que mais investe em energia solar e eólica. Em dez anos, as fontes renováveis serão muito mais competitivas do que imaginamos hoje.
(O Estado de S.Paulo, 26/06/2010)