O vereador Beto Moesch (PP) fez denúncia ao Ministério Público Estadual sobre as podas radicais efetuadas pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), originando o inquérito civil 030/2010. “A CEEE não é zelosa com a arborização urbana”, critica, enfatizando que as árvores são fundamentais para purificar o ar, melhorar o clima, diminuir a poluição sonora, evitar alagamentos, contribuir para o balanço hídrico, atrair e manter a avifauna, entre outros benefícios.
O parlamentar lembra que em 2007, quando estava à frente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, foi firmado Termo de Compromisso entre o órgão e a CEEE, no qual esta se comprometia a manter responsáveis técnicos (engenheiros agrônomos e florestais ou biólogos) para supervisionar as podas de galhos incompatíveis com o sistema elétrico, bem como a elaborar um programa de educação ambiental. “No entanto, pelas podas mal feitas que estão sendo executadas, podemos apreender que ou não existem responsáveis técnicos, ou eles não estão cumprindo com sua função”, avalia Moesch.
Todavia, o vereador comprova que não faltam recursos para investir na qualificação e contratação de profissionais aptos a realizar os cortes corretamente. Em 2009, o grupo CEEE lucrou R$ 5.798.796,00. Além disso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está emprestando à companhia mais de US$ 333,3 milhões. Ademais, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou parecer favorável a projeto de lei do Executivo que contrata operações de crédito no valor de R$ 4.015.452,28 com a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D).
“Não apenas Porto Alegre, mas vários outros municípios têm problemas com as podas drásticas e desnecessárias. Precisamos dar um basta a esses atentados contra a vegetação, e há verba para isso”, declara Moesch.
(Texto recebido por E-mail, 26/06/2010)