A Klabin, maior fabricante de papéis do Brasil, está voltando a investir após um ano de crise e foco na preservação do caixa.
Os investimentos programados, todos em unidades já existentes, deverão reduzir o consumo de energia, aumentar em 6 por cento a produção de kraftliner em Santa Catarina e em quase 10 por cento a de papelão ondulado no país.
"O objetivo principal é ampliar a competitividade da companhia", afirmou o diretor-geral da Klabin, Reinoldo Poernbacher.
Investimentos detalhados à Reuters pelo executivo nesta quinta-feira somam quase 146 milhões de reais. Em 2009, a Klabin -com 17 fábricas no Brasil e uma na Argentina- investiu 247 milhões de reais, dos quais 98 milhões de reais na área florestal. A empresa não revelou ao mercado o investimento total para 2010, mas em fevereiro Poernbacher havia dito que o montante seria ligeiramente maior que no ano passado.
Nesta semana, foi aprovada a modernização da unidade de evaporação da fábrica de Otacílio Costa (SC), por 35 milhões de reais, para reduzir o consumo de energia. Nessa mesma frente, a empresa está instalando uma caldeira de biomassa de 35 milhões de reais no local, que será concluída no início de 2011.
"A medida tem como objetivo consumir menos vapor e irá fazer com que a produção (de kraftliner) aumente em 20 mil toneladas por ano", afirmou Poernbacher. A fábrica de Otacílio Costa produz hoje 340 mil toneladas de kraftliner por ano.
A Klabin está investindo ainda na modernização da produção de papelão ondulado e na compra de novas impressoras. "Quando totalmente implantadas, as modernizações elevarão em 48 mil toneladas por ano a nossa capacidade total de produção de caixas, atualmente de 500 mil toneladas."
Em julho, entra em operação uma nova linha de produção de sacos industriais na unidade de Lajes (SC), para substituir máquinas antigas, com investimento de 15,6 milhões de reais. A companhia vai transferir as máquinas antigas para Goiana (PE), onde a Klabin já produz papel reciclado, caixas e sacos industriais, ampliando a capacidade nesse local.
Além disso, a Klabin está aportando 60 milhões de reais em uma linha de transmissão da futura hidrelétrica Mauá (PR), da Copel e de uma subsidiária da Eletrobras. A Klabin será consumidora de parte da energia da hidrelétrica.
INVESTIMENTOS NO PARANÁ
Os dois próximos grandes investimentos da Klabin, ambos no Paraná, ainda não têm data: uma linha de produção de celulose de 1,5 milhão de toneladas e uma máquina de papel de 400 mil toneladas de cartões por ano integradas. Também não há definição sobre qual projeto será executado primeiro.
Uma opção seria a fábrica de celulose entrar em operação sozinha, com sua produção colocada integralmente à venda no mercado, segundo Poernbacher.
Se ocorrer o inverso, com o investimento em cartões na frente, a Klabin comprará a celulose necessária para abastecer a nova produção de papel até que a linha de produção do insumo seja concluída.
Conforme o executivo, a Klabin ainda não tem florestas plantadas suficientes para abastecer a fábrica de celulose. "Se a fábrica (de celulose) entrar em operação em 2015, seriam necessários mais 30 mil hectares de terras para o plantio de florestas, divididos entre eucalipto e pinus."
A base florestal da Klabin é de 220 mil hectares de florestas plantadas no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e uma pequena parcela, de apenas 5 mil hectares para pesquisa, no Mato Grosso do Sul. Apenas no Paraná são 140 mil hectares.
(Por Carolina Marcondes, Reuters, Brasil Online, 24/06/2010)