Comissão Baleeira Internacional (CBI) adiou hoje por um ano a decisão sobre um possível fim da moratória à caça comercial de baleias diante da falta de consenso entre países-membros.
A decisão foi anunciada pelo presidente interino da CBI, Anthony Liverpool, após escutar as opiniões das distintas delegações nacionais, que solicitaram um período de reflexão que dê tempo a reconsiderar as posições.
'Deixamos este ponto da agenda aberto para poder voltar no próximo ano com novas ideias e propostas', indicou Liverpool diante de representantes dos 88 países-membros da comissão, que se reúne até a próxima sexta-feira na localidade marroquina de Agadir.
Sobre a mesa de negociações estava a proposta de consenso apresentada em abril pela presidência e a vice-presidência, na qual, entre outros pontos, durante a próxima década seria mantida a moratória, mas limitando a caça aos países que atualmente capturam baleias.
Segundo o delegado da Nova Zelândia, Geoffrey Palmer, se afrontava 'uma situação em que nenhuma nação está satisfeita com o resultado das negociações', por isso que 'a melhor solução é mesmo a pausa para retomar as discussões no próximo ano'.
A moratória foi introduzida há 24 anos para frear a rápida queda no número de baleias, mas Japão, Noruega e Islândia continuaram caçando o animal, alegando que a moratória não tem poder legal.
Uma das propostas apresentadas era o fim da moratória por dez anos com a imposição de cotas para a caça. Mas muitas nações se negam a aceitar um acordo que represente o fim da moratória.
Segundo ambientalistas, a moratória permitiu que algumas espécies, como a baleia-azul, baleia-jubarte e baleia-franca, recuperassem suas populações.
(Folha.com, 23/06/2010)